Alunos criam inseticida contra mosquito da dengue e apresentam na Espanha
Uma pasta feita a partir das folhas de uma planta conhecida como sabão-de-soldado ou saboneteira virou bioinseticida contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, que já provocou a morte de duas pessoas no Estado, esse ano. A experiência é de três estudantes do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), que apresentam, nesta semana, os resultados do trabalho em feira científica, na Espanha.
O projeto começou em março de 2014. As folhas da planta são colocadas em uma estufa, trituradas e imersas em etanol e outras concentrações. Após a evaporação do álcool, a pasta que resta é extraída e testada com larvas do mosquito. Das 25 larvas usadas no teste, 20 morreram.
A concentração que apresentou a melhor taxa de mortalidade é a de 500 mg/ml, segundo os estudantes responsáveis pelo estudo, André Nunes, 18 anos, Guilhermis Idalino e Tatiele Viana, ambos de 17 anos.
De agora em diante, os alunos vão fazer testes no meio ambiente para descobrir possíveis danos à saúde, mas no momento, a participação no evento internacional é o foco dos jovens, que expõem na XVI Exporecerca Jove, no Campus La Salle, da Universidade Ramon Llull, na cidade de Barcelona. “A expectativa com esse evento é podermos divulgar nosso trabalho, conhecer outros projetos e outras culturas. O IFMS oferece várias oportunidades a nós, estudantes, basta a gente aproveitá-las”, disse André.
Conforme a professora Ana Cláudia Navarrete, que orienta a pesquisa, o IFMS é um dos poucos representantes do Brasil no evento. “Além de levar o nome do IFMS e do Estado para fora do país, nossa perspectiva é abrir horizontes para novas pesquisas, troca de experiências e intercâmbio com outras instituições”, avaliou. Além da professora Ana Navarrete, um dos estudantes também foi para a Espanha com o apoio financeiro da instituição. Os outros dois alunos viajaram com recursos próprios.
Dengue – As duas mortes por dengue registradas esse ano ocorreram em Corumbá e Paranhos, segundo a Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul. Ao todo, já foram notificados 8.424 casos da doença nos três primeiros meses de 2015. A doença é viral e se espalha rapidamente. A recomendação é não fazer medicação em casa e procurar um atendimento médico o mais rápido possível.