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Cidades

Após quedas de árvores, botânico recomenda avaliar espécies e lugares

Botânico afirma que espécie que caiu tem raiz rasa e não resiste ao tempo caso plantada a beira de calçada

Yarima Mecchi | 22/02/2017 13:36
Árvores ficavam na beira de calçada. (Foto: Adriano Fernandes)
Árvores ficavam na beira de calçada. (Foto: Adriano Fernandes)

O temporal de terça-feira (21) derrubou árvores em trecho da Avenida Fernando Corrêa da Costa, causando vários estragos na região. A espécie que não resistiu ao vento é originalmente da Ásia e atingem até 30 metros de altura, segundo o botânico Thomaz Ricardo Sinani. Ele explica que a espécie Albizia lebbeck, conhecida popularmente como cabeça-de-negro, não tem a raiz profunda e cresce rápido, o que colabora para a queda.

Os exemplares que caíram estavam plantados na beira da calçada e, com a queda, fios de alta tensão e de telefonia foram rompidos. O botânico faz um alerta para quem deseja cultivar a espécie em área urbana.

"O tamanho da raiz não suporta o peso total da árvore e com isso tende a cair com o vento. Ela não resiste a beira de calçada, o mais viável é plantar em quintal", informou. Ele recomenda a poda da copa seja feita regularmente para que a raiz consiga suportar o peso.


Ainda de acordo com o botânico, existem pontos positivos em plantar a espécie, mas é preciso tomar cuidado. "A vantagem é que cresce rápido, a desvantagem é que produz muitos frutos e tem raiz superficial. Ela é muito utilizada para restaurar áreas que precisam de arborização, mas como não é nativa, sempre pode causar problemas. É uma planta invasora", ressalta.

Sinani explica que, por ter esta caractéristica de ser invasora, as mudas se espalham facilmente e descaracterizam o ambiente natural. "Invade áreas e parques que antes só tinham plantas nativas. Produz muita, mas muita semente, então sai barato fazer mudas".

Árvore é de origem asiática. (Foto: Marcos Ermínio)
Árvore é de origem asiática. (Foto: Marcos Ermínio)
Galhos foram colocados no canteiro de avenida. (Foto: André Bittar)
Galhos foram colocados no canteiro de avenida. (Foto: André Bittar)

Manutenção - O responsável pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gerenciamento Urbano), José Marcos da Fonseca, disse que a prefeitura está sem contrato para a poda de árvores e manutenção e disse que ainda está levando a 'herança' deixada pela gestão passada.

"A Prefeitura de Campo Grande não tem contrato para promover poda, retirada de árvores e manutenção. Na retirada de árvores o Corpo de Bombeiros que nos ajuda. Só resolvemos o emergência com equipe interna, não temos a prevenção", destacou.

De acordo com Fonseca, os levantamentos deixados sobre árvores em situação de risco estão defasados e com isso não há como fazer um trabalho, além da falta de mão de obra.

"Estamos fazendo um levantamento de todos esse problemas que estamos herdando e reorganizando os serviços. Estamos dividindo também com a Planurb (Instituto Municipal De Planejamento Urbano) essa parte de arborização. Estamos nos organizando para fazer uma releitura das árvores, o que a gente tem está defasados, não é confiável", disse.

O secretário informou ainda que está viabilizando uma licitação para contratação de empresa especializada para cuidar de árvores. "Todas as árvores tem que ter um método correto para a prevenção de queda, cuidado com fungo. Estamos viabilizando principalmente para avenidas Afonso Pena e Mato Grosso onde tem árvores centenárias. Vamos adotar todos os procedimentos necessários", afirmou. 

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