Audiência no Senado discute crise de empresa do mesmo grupo da Enersul
Celpa tem dívidas bilionárias e está à beira da falência. Situação que serve de alerta para as condições financeiras da concessionária em Mato Grosso do Sul
Audiência pública no Senado discutiu, nesta quarta-feira (28), a crise da empresa Celpa, concessionária de energia do Pará, que pertence ao Grupo Rede, o mesmo que é dono da Enersul. Com dívidas bilionárias, a empresa está em processo de recuperação judicial,situação que provocou questionamentos quanto às condições financeiras da concessionária em Mato Grosso do Sul.
A audiência foi realizada por duas comissões do Senado, de Serviços de Infraestrutura e de Assuntos Econômicos, esta última presidida pelo senador Delcídio do Amaral (PT/MS).
A conclusão entre os debatedores foi que a melhor saída seria o governo federal, principalmente a Eletrobras, realizar um aporte para evitar a falência da empresa, pois a quebra prejudicaria não só o estado do Pará, mas todo o país.
O presidente do Conselho de Administração do Grupo Rede da Celpa, Jorge Queiroz de Moraes Júnior, tentou justificar a falência da empresa à queda na arrecadação devido ao racionamento de 11 anos atrás, ao pagamento de dívidas trabalhistas, às multas da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e ao congelamento tarifário desde agosto de 2010.
Já o Sindicato dos Urbanitários do Estado do Pará, argumentou dizendo que a situação em que se encontra a Celpa é devido a uma gestão equivocada dos dirigentes da empresa com baixos investimentos e salários e ainda regada à demissões. O presidente do Sindicato, Ronaldo Romeiro ainda denunciou que a Celpa repassa recursos arrecadados do consumidor paraense para empresas do mesmo grupo que atuam em outros estados. O Sindicato sustenta que as dívidas totais da Celpa já estão por volta dos R$ 3 bilhões.
O senador Delcídio do Amaral classificou como preocupante o panorama da empresa e ainda questionou como acionários do Poder Público que participam do grupo não agiram para evitar esse problema.
Delcídio prometeu empenho em busca de uma solução para o impasse junto ao governo federal, principalmente em órgãos como o Ministério de Minas e Energia, Eletrobras, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a Casa Civil da Presidência da República. (Com informações Portal de Notícias do Senado).