Bombeiros e PMs adotam "tolerância zero" para pressionar por reajuste
A proposta é intensificar a fiscalização da PM e encaminhar todos os casos às delegacias, a partir da madrugada desta terça-feira (17)
Policiais e bombeiros militares de Mato Grosso do Sul decidiram, em assembleia realizada na tarde desta segunda-feira (16), colocar em prática a chamada "tolerância zero" em todas as cidades do Estado, ao invés de se aquartelarem, como haviam cogitado. A reivindicação da classe é por um reajuste acima dos 5% oferecido pelo Governo Estadual.
De acordo com o presidente da Associação de Cabos e Soldados de MS, Edmar Soares da Silva, aplicar "tolerância zero" consiste em intensificar a fiscalização da PM, apurar as infrações com mais rigor e encaminhar todos os casos às delegacias, a partir da madrugada desta terça-feira (17).
“A proposta é lotar e fazer pressão nas delegacias. Os policiais militares acabam resolvendo muita coisa na rua, porque sabem o quanto os serviços nas delegacias exigem dos policiais civis, mas não vamos mais resolver”, explica Edmar.
No caso dos bombeiros, haverá intensificação e mais rigidez nas vistorias em locais públicos e privados. Edmar diz também que se houver qualquer retaliação aos militares, todos se apresentarão voluntariamente para serem presos, em ato de protesto.
Salário – O pedido dos policiais e bombeiros militares foi que o salário de soldados e cabos alcance 25% do de um Coronel, o que significaria cerca R$ 450 a mais. O que foi proposto à classe foi reajuste de 5%, ou seja, aumento de R$ 97,50, de acordo com Edmar.
Representantes da PM e Corpo de Bombeiros do Estado têm reunião marcada para amanhã, às 7h30, na Governadoria para nova negociação. No final do mês, haverá a votação do reajuste do salário dos cabos e soldados e dos subtenentes e sargentos na Assembleia Legislativa.
Mato Grosso do Sul tem seis mil policiais militares na ativa e 1,5 mil bombeiros.
A Polícia Civil também está adotando a mesma tática em sua negociação salarial.