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Capital

"Atirou para se defender", alega homem que matou por som alto

Conforme Amilton Ferreira de Almeida, advogado de defesa, o cliente será apresentado amanhã na 5ª Delegacia de Polícia Civil

Viviane Oliveira e Clayton Neves | 17/02/2020 10:10
Amilton disse que o cliente vai se entregar amanhã na 5ª Delegacia de Polícia Civil (Foto: Clayton Neves)
Amilton disse que o cliente vai se entregar amanhã na 5ª Delegacia de Polícia Civil (Foto: Clayton Neves)

A defesa do motorista de aplicativo de 29 anos que matou Lucas Assis de Oliveira, 25 anos, com dois tiros, na manhã de ontem (16), na Rua Itapevi, no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, vai alegar legítima defesa. A briga começou por causa de som alto. Uma das vítimas envolvida na confusão foi atingida de raspão. 

Segundo o advogado Amilton Ferreira de Almeida, o seu cliente atirou para defender o pai que foi agredido e ficou ensanguentado. O revólver calibre 38 usado no crime com quatro munições deflagradas foi entregue à Polícia Civil nesta manhã (17). Já o autor do homicídio será apresentado amanhã (18) na 5ª Delegacia de Polícia Civil, da Vila Piratininga. 

Amilton contou que o motorista de aplicativo chegou em casa por volta das 2h e não conseguiu dormir por causa do som alto. Por volta das 6h30, o autor se armou e acompanhado pelo pai foi à casa do vizinho pedir para ele diminuir o volume. Conforme a defesa, o pedido foi feito e o vizinho teria dito: "Vou lá abaixar e já volto". 

Nesse momento, conforme a defesa, o pai com receio de acontecer o "pior" pediu para o filho sair do local. O motorista de aplicativo, então, entrou no carro e ao chegar na esquina olhou pelo retrovisor e avistou o seu pai sendo agredido. "Quando o meu cliente voltou, foi ameaçado por um homem que apontou a arma em sua direção. Ele, então, sacou o revólver e disparou várias vezes. Lucas, segundo o boletim de ocorrência, acabou atingido por dois disparos, chegou a ser socorrido, mas morreu após sofrer parada cardiorrespiratória. 

Segundo o advogado, o cliente havia comprado o revólver de um conhecido para se defender, pois trabalha à noite como motorista e já havia sofrido ameaça do vizinho pelo mesmo motivo. "A intenção dele era regularizar a arma", afirmou Amilton. O autor disse à defesa que não se lembra quanto tiros disparou porque estava numa situação vulnerável. 

Movimentação de Bombeiros e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) na UPA, onde a vítima deu entrada e morreu após sofrer parada cardiorrespiratória (Foto: Marcos Maluf)
Movimentação de Bombeiros e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) na UPA, onde a vítima deu entrada e morreu após sofrer parada cardiorrespiratória (Foto: Marcos Maluf)

Confusão - Os bombeiros receberam chamado por volta das 7h30, informando que havia um homem ferido na Rua Itapevi. A viatura interceptou carro da família no caminho e o rapaz foi levado para UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Universitário, onde sofreu parada cardiorrespiratória e não resistiu. Para os bombeiros, familiares disseram que a discussão teria começado por causa de rede d'água, mas não deram detalhes.

No posto de saúde, pouco depois que Lucas foi internado, um homem identificado como Douglas de 28 anos, chegou numa moto Yamaha Fazer. Transtornado, ele disse à reportagem que estava na casa de Lucas quando o vizinho, identificado apenas como Fernando, entrou e começou a discutir com ele, que estava deitado na rede. Segundo Douglas, o motivo da discussão era som alto.

Lucas teria entrado na conversa e o motorista de aplicativo atirou. A vítima foi atingida no queixo e na axila. Douglas foi ferido de raspão no braço. Ele contou que tentou seguir a ambulância, mas perdeu a equipe de vista e foi até a UPA das Moreninhas e por isso chegou depois. 

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