“Ele não respeitava mulher de ninguém”, alegou assassino de jovem de 19 anos
O crime aconteceu no dia 29 de maio, no Jardim Serraville, região do Noroeste, em Campo Grande
“Ele não respeitava mulher de ninguém e filho de ninguém”. Foi assim que James Deann Lucas Martins, de 25 anos, descreveu Jamsonn Luiz Cordeiro, ao confessar a polícia o assassinato do rapaz de 19 anos. O crime aconteceu no dia 29 de maio, no Jardim Serraville, região do Noroeste, em Campo Grande.
James foi presos no sábado (2), junto com outros quatro comparsas, pelo envolvimento no roubo de um veículo Cobalt, ocorrido no bairro Tiradentes na noite de sexta-feira. Com ele, os policiais encontraram três armas e uma carta, com data de 29 de maio, em que confessa o assassinato de Jamsonn.
Na delegacia, James detalhou o crime. Contou que em 2012 participou do assassinato de Davi Custódio Fonseca Pereira e foi condenado a 12 anos e seis meses de prisão. Foram seis anos preso em regime fechado, cumprindo pena em Dourados e em Campo Grande. Nos dois maiores presídios do Estado, teve contato com o PCC (Primeiro Comando da Capital).
Dentro dos presídios, James se batizou na facção e há seis meses se tornou “disciplina do PCC”. No mês passado, a ordem para a execução de Jamsonn veio de dentro da cadeia, por um dos líderes da facção criminosa. Ele lembrou que já conhecia a rotina do “guri”, como ele se referiu a vítima para a polícia e que o matou sozinho.
No dia do crime, ele alega ter esperado a vítima escondido em um matagal. Assim que Jamsonn passou pelo local, saiu do “esconderijo”, e “sapecou o guri”. James conta que disparou duas vezes contra a vítima, que foi encontrada morta, com um tiro na testa, na Avenida Flores da Cunha na manhã seguinte ao crime. “Ele desrespeitou minha esposa e a de outros colegas do partido”, afirmou.
Ao contrário do depoimento do autor, a perícia feita onde o corpo foi encontrado apontava que a vítima havia sido assassinada em outro local. Na carta escrita encontrada pela polícia, James também explica outro motivo para o assassinato: que o rapaz era integrante do CV (Comando Vermelho) e havia publicado uma foto nas redes sociais fazendo o símbolo da facção rival com os dedos.
A arma usada no homicídio, uma pistola 9 mm cromada e com silenciador, foi apreendida no dia da prisão do autor. Ele confessou ter comprado a arma por R$ 3,5 mil no Paraguai, junto com outro revólver calibre 38, e afirmou que ambos eram para proteção pessoal, já que tinha “muitas inimizades”.
Também foram apreendidos com suspeito um estatuto do PCC (Primeiro Comando da Capital), anotações com informações de outros integrantes do Comando Vermelho e uma lista com nomes de cinco pessoas. Entre elas estava o de Jamsonn Cordeiro.
Além da condenação por homicídio, James já havia sido preso na adolescência por latrocínio - roubo seguido de morte.
Roubo e prisões
Além do estatuto e as anotações com a lista de nomes, os agentes do Choque ainda apreenderam um revólver calibre 38, dois carregadores de metralhadora e as duas pistolas 9 milímetros. O roubo do veículo ocorreu ontem à noite, por volta de 20h30 no bairro Tiradentes.
Mas o grupo foi abordado já em Sidrolândia, depois que militares notaram que o carro com a mesma placa descrita pelo roubo na Capital entrou no município com a intenção de abastecer. Após ser abordado, Edson Souza Silveira, de 25 anos, que estava dirigindo o Cobalt, informou que havia recebido dinheiro para ir até o Paraguai, “encher o carro de droga” e depois retornar para Capital.
A Polícia enviou a foto do motorista até a vítima, que confirmou que ele participou do assalto. Foi então que, com a ajuda da Tropa de Choque, o suspeito levou os PMs até a casa do restante da quadrilha, na rua Borborema, no bairro Noroeste.
Após entrar no local foi feita a prisão de Valdomiro da Silva Espinoza, 40, James Damm Lucas Martins, 25, Tanaíse Espinoza do Nascimento, 23 e Willian Martins. Valdorimo tinha uma mandado de prisão em aberto, assim como James Damm que estava evadido no Presídio da Gameleira desde novembro do ano passado.