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Capital

“Infeliz brincadeira”, diz advogado sobre agressão de dupla a garoto

Francisco Guedes Neto, reforçou que os clientes são “pessoas de bem” e estão arrependidos

Luana Rodrigues e Adriano Fernandes | 09/02/2017 17:30
Francisco Guedes Neto; advogado diz que clientes são "pessoas de bem". (Foto: André Bittar)
Francisco Guedes Neto; advogado diz que clientes são "pessoas de bem". (Foto: André Bittar)

A defesa de Thiago Giovanni Demarco Sena, 20 anos, e Willian Henrique Larrea, 30 anos, reduz a agressão que terminou com um adolescente, de 17 anos, gravemente ferido num lava jato na Vila Morumbi a uma “infeliz brincadeira”.

Em entrevista ao Campo Grande News, o advogado, Francisco Guedes Neto, reforça que os clientes são “pessoas de bem”, que estão arrependidos e, para eles, o que houve com o adolescente foi resultado de mais uma brincadeira de muitas que já estavam acostumados a fazer.

“Brincadeira era comum entre eles. Essa foi mais uma delas. Portanto, não houve a intenção de uma lesioná-lo ou muito menos a intenção de matar o menino”, considera.

Além de Neto, os dois suspeitos também são defendidos pelos advogados Ricardo Trad Filho e Assaf Trad Neto. Na versão deles, não houve discussão por refrigerante como o adolescente contou à polícia nesta quarta-feira (8), em depoimento.

“Eles chegaram no lava-jato, por volta das 8h30, Willian teria ido ao banheiro urinar, de porta aberta, a vítima pegou a mangueira e fez a brincadeira, em seguida correu, Wesley pegou ele colocou nas costas e levou até o Thiago, que direcionou a mangueira, por cima da roupa”, contou Neto.

O advogado ainda defende que foram os dois rapazes que socorreram à vítima até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) no dia do ocorrida, o que mostra a "boa vontade" dos dois em ajudar. “Quando ele precisou ser transferido para a Santa Casa, o Willian o acompanhou na ambulância, enquanto o Thiago foi buscar a mãe do menino. Os dois só deixaram o hospital depois que um irmão do adolescente ameaçou o Thiago”, afirma.

Para reforçar a tese de que brincadeiras eram comuns entre os envolvidos, Neto diz que a própria vítima já havia brincado com os dois suspeitos. “O garoto colocou detergente na garrafa de tereré, um dia antes e até um cliente tomou”, conta.

Para finalizar, o advogado reforça que os clientes não são bandidos. “Eles estão arrependidos, receosos com a opinião pública, por conta dos clientes do lava jato e até mesmo por parte da família do menino. Os dois são pessoas de bem, não são delinquentes”, diz.

Agressão - O caso foi denunciado pelo primo da vítima, de 28 anos. No relato à delegacia, ele disse que o adolescente “brincava com os colegas de trabalho”, quando um dos homens o agarrou e o dono do local inseriu uma mangueira no ânus do garoto.

A vítima teria vomitado e foi levada pelos próprios agressores ao CRS (Centro Regional de Saúde) do Bairro Tiradentes. Na Santa Casa, o adolescente chegou inconsciente.

Recuperação - Depois de dar entrada no hospital, as 22h15 de última sexta-feira (3), o adolescente foi direto para a sala de cirurgia, perdeu metade do intestino e desde então seguia internado em estrado grave na área vermelha da unidade, até a manhã desta segunda-feira (6).

O lava jato, que fica na avenida Interlagos, na Vila Morumbi, foi incendiado na madrugada de hoje (8). A polícia ainda investiga o responsável pelas chamas, que teria sido de caráter criminoso.

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