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Capital

‘Brincadeira’ com mangueira em lava jato começou por refrigerante

Colegas de trabalho disputavam quem compraria uma garrafa de Coca-cola quando Willian segurou adolescente e Thiago injetou ar comprimido nele

Anahi Zurutuza e Adriano Fernandes | 08/02/2017 19:10
Adolescente está internado desde o dia 3 e chegou a precisar da ajuda de aparelhos para respirar (Foto: Direto das ruas)
Adolescente está internado desde o dia 3 e chegou a precisar da ajuda de aparelhos para respirar (Foto: Direto das ruas)
Marcas das chamas nas janelas do lava jato, que foi incendiado nesta madrugada (Foto: André Bittar)
Marcas das chamas nas janelas do lava jato, que foi incendiado nesta madrugada (Foto: André Bittar)

A “brincadeira” em um lava jato que terminou com um adolescente, de 17 anos, gravemente ferido começou um desafio sobre qual funcionário compraria um refrigerante. A informação foi dada pela própria vítima da agressão, que perdeu parte do intestino com a força do ar injetado pelo ânus do garoto com uma mangueira de alta pressão.

O adolescente foi ouvido por uma assistente social na manhã desta quarta-feira (8) e investigadores da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). A vítima disse à polícia que a mangueira não foi introduzida no ânus dele e que o ar foi injetado por cima da roupa.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Paulo Sérgio Lauretto, no momento quer a assistente social perguntou se o garoto se lembrava por quanto tempo o ar comprimido foi usado contra ele, o adolescente respondeu: “não sei, mas eles não colocaram a mangueira. Foi por cima da roupa”.

Além disso, a vítima relatou que tudo começou quando ele “debatia” com willian Henrique Larrea, 30, sobre quem compraria uma garrafa de Coca-cola para o lanche. O mais velho teria dito que não pagaria pelo refrigerante novamente e os dois começaram a “bater” com os panos usados para lavar os carros.

Foi quando Willian segurou o menino e o patrão dos dois Thiago Giovanni Demarco Sena, 20, dono do lava jato, entrou na “brincadeira”, colocando a mangueira no ânus do adolescente.

A mãe do garoto também prestou depoimento e ao sair da delegacia, não quis falar com a imprensa, mas se mostrou aliviada porque o estado de saúde do garoto melhorou. “Estou mais em paz e agora é só cuidar do meu filho”, foi o que disse.

O advogado Francisco Guedes Neto, que representa Willian e Thiago, também esteve na DEPCA para entregar as chaves do lava jato, os passaportes dos clientes e dizer que os dois vão colaborar com as investigações.

Lauretto garantiu que ouvirá os suspeitos novamente até sexta-feira, mas lembrou que eles já prestarem depoimento no dia dos fatos, 3 de fevereiro.

O caso segue sendo investigado como lesão corporal dolosa.

Agressão - O caso foi denunciado pelo primo da vítima, de 28 anos. No relato à delegacia, ele disse que o adolescente “brincava com os colegas de trabalho”, quando um dos homens o agarrou e o dono do local inseriu uma mangueira no ânus do garoto.

A vítima teria vomitado e foi levada pelos próprios agressores ao CRS (Centro Regional de Saúde) do Bairro Tiradentes. Na Santa Casa, o adolescente chegou inconsciente.

Recuperação - Depois de dar entrada no hospital, as 22h15 de última sexta-feira (3), o adolescente foi direto para a sala de cirurgia, perdeu metade do intestino e desde então seguia internado em estrado grave na área vermelha da unidade, até a manhã desta segunda-feira (6).

O lava jato, que fica na avenida Interlagos, na Vila Morumbi, foi incendiado na madrugada de hoje (8). A polícia ainda investiga o responsável pelas chamas, que teria sido de caráter criminoso.

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