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Capital

"Simpatizante" do PCC é preso por suspeita de participação em execução

Maykel foi executado no começo do mês dezembro do ano passado, quando sua mãe registrou boletim por desaparecimento

Viviane Oliveira, Geisy Garnes e Clayton Neves | 13/02/2020 12:05
Wesley foi preso na casa que usava para preparar a droga que revendia aos traficantes (Foto:  reprodução/Facebook)
Wesley foi preso na casa que usava para preparar a droga que revendia aos traficantes (Foto: reprodução/Facebook)

Suspeito de participação na morte de Maykel Martins Pacheco, 19 anos, no tribunal do crime da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), Wesley Torres da Silva, 30 anos, foi preso por força de mandado de prisão expedido pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, na manhã de ontem (12), numa casa localizada na Rua Casuarina, no Núcleo Habitacional Buriti, em Campo Grande.

Maykel foi executado no começo do mês dezembro do ano passado, quando sua mãe registrou boletim de ocorrência por desaparecimento. Dois dias depois do sumiço do rapaz, quatro suspeitos de envolvimento com o crime foram presos, porém o corpo da vítima ainda não foi encontrado. 

Conforme o auto de prisão em flagrante, durante o cumprimento do mandado, Wesley quebrou o seu celular e depois o arremessou contra um dos investigadores, partiu para a agressão, tentou fugir, mas foi imobilizado e preso. Segundo a polícia, Wesley danificou o aparelho para a polícia não ter acesso ao conteúdo. No imóvel, em cima de uma sapateira, foram localizadas 44 porções de cocaína prontas para a venda, totalizando 550 gramas da droga.

Indagado, Wesley contou que revendia o entorpecente para a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), era responsável pela distribuição para outros traficantes revenderem na região da Vila Nhá Nhá e na antiga rodoviária. Disse ainda que entrou para o crime há seis meses por curiosidade, quando começou a comprar pasta-base para comercializar. 

Apesar de afirmar que vendia droga para a facção, disse que não é batizado no PCC. Apenas exercia a função de disciplina no Bairro Portal Caiobá, em apoio aos "irmãos", evitando brigas e roubos entre os jovens para não chamar a atenção da polícia.

Wesley relatou que na ocasião foi para uma casa, provavelmente no local que a vítima foi "julgada", localizada no Bairro Dom Antônio Barbosa e encontrou Iago Gustavo Ribeiro Bronzoni, o Taurus, e Tales Valensuela Gonçalves, conhecido como Pesadelo, além de Maykon sentado no sofá já com o braço cortado. A vítima dizia que era simpatizante do CV (Comando Vermelho) facção rival do PCC.

Wesley deixou o local na sequência e retornou mais tarde, às 22h. Quando foi 6h do outro dia, Maikel foi levado em um Palio vermelho para o local que seria executado, numa estrada vicinal da Estação Guavirá. Segundo ele, não viu o que aconteceu quando chegaram na mata, apenas escutou dois tiros e ao perceber que um veículo se aproximava avisou os comparsas para fugirem.

A Polícia Civil segue as buscas pelo corpo do rapaz. Conforme apurado pela reportagem, equipes fizeram buscas na região indicada por Wesley, mas até agora nada foi encontrado. A suspeita é de que os assassinos tenham voltado ao local e retirado o corpo da vítima.

Além de Wesley, Iago e Tales, estão presos por partição na execução Marcio Fernandes Feliciano, de 40 anos, conhecido como MCD ou Zorro do Asfalto e Everson Silva Gauna, o Neguinho. 

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