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Capital

"Trilheira de paca", resume comerciante sobre via onde ambulância caiu em buraco

Luana Rodrigues | 15/02/2016 12:25
Avenida não tem asfalto e máquinas de manutenção da prefeitura não passam por lá a cerca de oito anos, segundo moradores. (Foto: Marcos Ermínio)
Avenida não tem asfalto e máquinas de manutenção da prefeitura não passam por lá a cerca de oito anos, segundo moradores. (Foto: Marcos Ermínio)
Jorge da Silva Vieira, 36, é comerciante e morador do bairro há mais de 20 anos e reclama da falta de manutenção da via. (Foto: Marcos Ermínio)
Jorge da Silva Vieira, 36, é comerciante e morador do bairro há mais de 20 anos e reclama da falta de manutenção da via. (Foto: Marcos Ermínio)

"É pau, é pedra, é o fim do caminho". O verso de 'Águas de março', de Tom Jobim, descreve bem a situação da Avenida Cândido Garcia de Lima, no bairro Nova Lima, em Campo Grande. Por lá, não há um trecho sequer para que se diga transitável e, além dos empecilhos já citados, há muitos buracos.

Veículos têm de se 'equilibrar' no zigue zague para que não ocorra o que houve com uma ambulância do Samu (Serviço Médico de Urgência) na noite deste domingo (14): roda quebrada e prejuízos.

Jorge da Silva Vieira, 36, é comerciante e morador do bairro há mais de 20 anos. Diz já ter perdido 80% da clientela por causa das condições da avenida, que mais parece um "trieiro (trilheira) de paca".

“Há dois anos montei a pizzaria, mas de lá para cá todo dia dá vontade de desistir. A gente paga mais de R$ 2 mil de IPTU, além R$ 200 de energia para ter uma rua cheia de buracos e escura. Tem oito anos que não passa uma máquina da prefeitura aqui”, conta.

Segundo o comerciante, por conta da escuridão e buraqueira, muitos clientes já tiveram os veículos quebrados na Avenida. "Já paguei conserto de carro de cliente para não perder o freguês", afirma.

Roda de ambulância ficou danificada. (Foto: Diretos das Ruas)
Roda de ambulância ficou danificada. (Foto: Diretos das Ruas)

Jorge diz que até já pagou máquinas de empresas particulares para tamparem o buraco e fazerem a manutenção da via, porque em algumas épocas a situação fica insustentável. “Já gastei mais de R$ 10 mil, valor que seria de responsabilidade da Prefeitura”, reforça.

Conforme moradores, acidentes no local são constantes e graves. Julião Acácio, 83 anos, mora na avenida há mais de 20 anos e, “sempre foi assim, tem dias que esse buraco vira uma cachoeira". "Ontem ouvi um barulhão e quando sai pra ver era a ambulância. Deu até dó”, diz o aposentado.

De acordo com o Samu, “uma roda da viatura de socorro ficou danificada, e será verificada a suspensão, bandejas, coxins, caixa de direção, alinhamento e cambagem, por segurança, mas a princípio o estrago foi menor do que o imaginado”. A viatura estava indo prestar um socorro, mas outra ambulância foi chamada para atender a ocorrência.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura, que informou que só vai enviar uma resposta sobre o assunto após às 13h.

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