Acidentes mataram uma pessoa a cada três dias nos dois últimos meses
Outubro e novembro foram os meses mais violentos do ano nas ruas da Capital
Em outubro e novembro deste ano, os meses mais fatais no trânsito em 2016, 22 pessoas morreram em acidentes – uma a cada três dias. Conforme as estatísticas levantadas pelo GGIT (Gabinete de Gestão Integrada no Trânsito), 75 pessoas perderam a vida este ano nas ruas de Campo Grande. No ano passado, foram 93 mortes.
Metade das vítimas é motociclista. Neste ano, 41 pessoas morreram por se envolverem em acidentes quando estavam na condução de motos – deste total de óbitos, 13 foram contabilizados nos últimos dois meses. Os pedestres representam 17% do número de mortes registradas.
Júlio César Ângelo, 21 anos, é um dos motociclistas que perdeu a vida no trânsito da Capital. Ele morreu após colidir a moto que conduzia contra um ônibus do transporte público, por volta das 5h30 do dia 24 de novembro, no cruzamento da avenida Calógeras com a rua 26 de Agosto, no centro de Campo Grande.
Ângelo não tinha CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e conduzia uma Honda CG Titan vermelha pela Calógeras quando furou o sinal vermelho e foi atingido pelo ônibus da linha União/Oliveira que cruzava a via.
Na noite de domingo (4), um homem morreu atropelado no cruzamento da avenida das Bandeiras com a rua Tupã, na Vila Nha-nhá – região sul de Campo Grande. Segundo testemunhas, a vítima, identificada apenas como Tiago, estava sob efeito de drogas ou bebidas alcoólicas e minutos antes do acidente, quase foi atropelada por outro veículo.
Conforme consta boletim de ocorrência, o homem saiu da calçada, atravessou a via de repente e acabou atingido por um veículo Hyundai HB20. A condutora parou para prestar socorro, mas o homem morreu no local do acidente.
Redução – Entre 2014 e 2015, houve redução de 16,96% no número de mortes no trânsito em Campo Grande - 112 para 93 - e ao que tudo indica, 2016 vai terminar com menos óbitos que os registrados no ano passado.
A diminuição, segundo o tenente-coronel Renato Tolentino, comandante da BPTran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito), pode estar relacionada ao trabalho de educação no trânsito e aumento do rigor nas fiscalizações, mas não é satisfatória.
Excesso de velocidade, bebida ao volante e ultrapassagens perigosas são as três maiores causa de acidentes dentro da cidade, segundo o comandante. “São infrações que o motorista opta por cometer, este é o problema”.
Além de investir na educação dos motoristas e no trabalho de fiscalização, o coronel acredita que o investimento maior no transporte coletivo é uma alternativa de combate às mortes no trânsito.“Hoje, a maior parte das pessoas tem condições de comprar uma moto e foge do transporte coletivo para ter mais conforto no deslocamento para o trabalho, por exemplo. Por isso, investir num transporte coletivo de qualidade, incentivar é importante”.
As estatísticas do GGIT levam em consideração pessoas que morrem nos locais dos acidentes ou até 30 dias depois do socorro, nos hospitais.