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Capital

Acrissul terá de pagar R$ 1,5 milhão para liberar shows

Parque de Exposições pode receber até 12 shows por ano, com término à meia-noite e meia

Por Aline dos Santos | 18/01/2024 09:39
Show de Maiara e Maraisa durante a Expogrande 2023. (Foto: Juliano Almeida)
Show de Maiara e Maraisa durante a Expogrande 2023. (Foto: Juliano Almeida)

A Justiça homologou acordo que encerra a briga histórica entre o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul).

Para pôr fim a cinco processos judiciais, sendo o mais antigo proposto em 2010, a associação vai pagar R$ 1,5 milhão e oferecer, sem custo,  estande de 20 metros quadrados para o MPMS durante a feira agropecuária Expogrande. Em contrapartida, serão 12 shows por ano no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande.

A festa, aliás, era protagonista do embate entre ambos, em processos sobre licenciamento ambiental, proibição de shows e cobrança para execução de projeto acústico. O acordo foi homologado no último dia 16 pelo desembargador Sideni Soncini Pimentel.

Conforme o documento, o pagamento de R$ 1,5 milhão será em seis parcelas anuais de R$ 250 mil. A quantia será depositada entre os anos de 2024 a 2029, após a Expogrande. O destino de R$ 1 milhão é o FMMA (Fundo Municipal de Meio Ambiente). Os R$ 500 mil restantes vão para a Fundapam (Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária e Ambiental).

Na ação, a associação havia apontado débito de R$ 3,6 milhões. Portanto, o valor de R$ 1,5 milhão é  40% menor.

O acordo também determina que a Acrissul ofereça 15 vagas em projeto de equoterapia para crianças com espectro autista até 31 de dezembro de 2028. Os alunos serão indicados pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

A associação também poderá realizar 12 shows por ano no parque de exposições, desde que a apresentação termine à meia-noite e meia. A próxima edição da Expogrande será de 4 a 14 de abril.

Conforme o promotor Luiz Antônio Freitas de Almeida, o acordo busca uma solução equilibrada para dar fim a uma longa disputa judicial. “Com efeito, por mais que o Ministério Público tenha tentado buscar o cumprimento das obrigações homologadas judicialmente em acordo pretérito, é fato que o Poder Judiciário vem, ao longo dos anos, permitido a realização de eventos festivos”.

Ao dar ponto final no “conflito que se eternizava”, o promotor aponta que desfecho leva em consideração a tradição da feira agropecuária, o direito à cultura e ao lazer dos frequentadores, mas sem abdicar da defesa do direito ao meio ambiente. Lei municipal de 2013 reconhece a Expogrande e a ExpoMS como festejos tradicionais.

“No entanto, houve a construção de consenso em torno dessa solução que se mostra razoável e que permitirá a manutenção dos eventos, beneficiando a economia local e o público, sem causar grandes transtornos aos moradores próximos do parque de exposições”.

O presidente da Acrissul, Guilherme Bumlai, afirmou que a Expogrande cumpre seu papel social, histórico e cultural na cadeia do agronegócio, e a associação pretende consolidar essa posição da feira como vitrine do agro e das tradições do Estado.

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