Advogado diz que cunhado de Marielly se entregará amanhã à polícia
Polícia quer esclarecer ligações de vítima para cunhado
Com prisão temporária decretada no caso que investiga a morte da estudante Marielly Barbosa Rodrigues (19 anos), Hugleice da Silva vai se entregar à polícia somente amanhã.
A informação é do advogado de defesa José Roberto Rodrigues da Rosa, que foi hoje a DEH (Delegacia de Homicídios) e conversou por 40 minutos com o delegado Fabiano Nagata, responsável pela investigação.
De acordo com o advogado, Hugleice exerce cargo de gerência e precisa de prazo para se organizar no trabalho. “Ele vai se apresentar por ser um homem de bem”, afirma o advogado, ao declarar a inocência de Hugleice.
Ainda de acordo com a defesa, não foi definida em qual delegacia ele vai se apresentar. O motivo da prisão é para esclarecer o que o suspeito foi fazer em Sidrolândia após a morte da jovem e explicar as ligações do celular da vítima para Hugleice. Ele é casado com a irmã de Marielly.
Sobre a mudança repentina de endereço do suspeito, o advogado justificou que a saída do Jardim Petrópolis estava programada, devido ao local ser violento. O novo endereço não foi revelado. Hugleice está morando com a esposa, o filho e a mãe de Marielly, Eliana Barbosa Rodrigues.
Por meio do advogado, o suspeito ainda esclareceu que não conhece o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, apontado como o autor do aborto, que resultou na morte da jovem.
O enfermeiro, que também teve prisão provisória decretada, se apresentou hoje à Polícia Civil de Sidrolândia, cidade onde Jodimar mora. Ele jura inocência. Na casa dele, foram apreendidos vários materiais cirúrgicos e medicamentos, mas nenhum para uso exclusivo em casos de aborto.
Para o delegado Fabiano Nagata, as duas prisões deixam a polícia mais perto de esclarecer o crime. Ele não deu detalhes sobre os motivos para prender o cunhado e o enfermeiro. As prisões temporárias foram decretadas pela juíza Silvia Eliane Tedardi da Silva, da comarca de Sidrolândia, e valem por 30 dias.
Marielly desapareceu no dia 21 de maio. Ela saiu de casa no Jardim Petrópolis, em Campo Grande, dizendo que iria resolver "um problema" e depois iria ver o namorado. Ela não foi mais vista.
Na tentativa de localizar a jovem, a família realizou manifestação na rua e distribuição de panfletos com a foto da garota. O desaparecimento teve desfecho trágico. O corpo da jovem foi encontrado em um canavial, em Sidrolândia, no último dia 11 de junho.