Além de desistir na fila, "sommelier de vacina" agora cobra 3ª dose
Motorista de aplicativo se recusou a tomar Coronavac, mas estudos já sinalizam para reforço em todas vacinas
O retorno da Coronavac como 1ª dose contra a covid, em Campo Grande traz de volta os chamados "sommeliers de vacina". Mas agora, com uma justificativa extra para escolher o imunizante.
Na tarde desta quinta-feira (29), motorista de aplicativo foi até o drive-thru do Albano Franco e quando descobriu que só estava disponível a Coronavac, ele desistiu. A alegação apresentada à enfermeira é a suposta necessidade de 3ª dose para “fazer efeito”.
“Me recusei porque os estudos que estão afirmando que (Coronavac) não está sendo eficaz e que, provavelmente, terá que aplicar uma terceira dose, para assim garantir a imunização da vacina”, argumentou Fábio Lopes, que enviou o vídeo ao Campo Grande News. “Questionei se haveria outra (3ª dose), eles disseram que não”, reclama.
A prefeitura de Campo Grande diz que desistências atualmente são casos isolados e que ocorrem, na maioria das vezes, por discursos ideológicos.
Verdade sobre 3ª dose
É notória no Brasil, a briga política entre governo de São Paulo e Governo Federal em relação à Coronavac. Enquanto o Ministério da Saúde anunciou nesta semana que iria iniciar pesquisa para atestar a necessidade de 3ª dose da Coronavac, o Instituto Butantan, que produz a vacina no Brasil, publicou que todos os grandes produtores de vacinas estão iniciando estudos iguais, no sentido de avaliar uma dose adicional de vacina ou a combinação de vacinas.
Realmente, na semana passada, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também autorizou a realização de estudo clínico para aplicação de uma terceira dose da vacina Astrazeneca em voluntários que receberam as duas doses iniciais, com o intervalo de quatro semanas.
Israel também anunciou que está considerando aplicar uma terceira dose da vacina da Pfizer/BioNTech na população idosa, considerando que a aplicação pode aumentar de cinco a dez vezes os níveis de anticorpos contra a covid-19. A dose de reforço teria aplicação seis meses após a segunda. Mas tudo ainda segue na fase de estudos.
Até da Janssen, considerada a queridinha entre as vacinas por ser dose única, corre o risco de voltar à campanha com reforço. Neste caso, especialistas estão avaliando o reforço de vacinas da Pfizer/BioNTech ou da Moderna, baseadas em RNA mensageiro para quem tomou a vacina da Johnson & Johnson, devido à prevalência crescente da variante Delta, mais contagiosa do coronavírus.