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Capital

Ameaça do PCC forçou Rei da Fronteira a encerrar fuga após 10 meses

A defesa pede prisão domiciliar para Fahd Jamil, que tem 79 anos e problemas de saúde

Aline dos Santos e Ana Paula Chuva | 19/04/2021 12:03
Comboio fez escolta de Fahd Jamil até o Garras na manhã de hoje. (Foto: Marcos Maluf)
Comboio fez escolta de Fahd Jamil até o Garras na manhã de hoje. (Foto: Marcos Maluf)

A surpreendente entrega de Fahd Jamil Georges, 79 anos, na manhã desta segunda-feira (dia 19), está relacionada às ameaças que vinha sofrendo da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).  O grupo vive em permanente busca pelo controle da fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero (Paraguai), ponto logístico para o tráfico de cocaína e maconha.

Em carta aberta, Fahd Jamil, mais conhecido como Rei da Fronteira, se apresentou como um “homem idoso, doente e sob perseguição de criminosos”. De acordo com o advogado Gustavo Badaró, as ameaças são do PCC.

“As ameaças foram enviadas por telefone para a família dele. São ameaças contra a vida dele e familiares. Estamos comunicando a delegacia de Ponta Porã, fizemos boletim de ocorrência”, afirma Badaró. O caso foi comunicado à Polícia Civil em novembro do ano passado. Naquele mês, a fronteira enfrentou um morticínio, com guerra do PCC ao clã do  Rei da Fronteira.

Advogado Gustavo Badaró atua na defesa de Fahd e pediu prisão domiciliar. (Foto: Marcos Maluf)
Advogado Gustavo Badaró atua na defesa de Fahd e pediu prisão domiciliar. (Foto: Marcos Maluf)

Fahd Jamil chegou de avião ao aeroporto Santa Maria, na saída de Três Lagoas, e foi levado para o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros ).

A defesa tenta autorização da Justiça para que a prisão seja cumprida em regime domiciliar. Ele mora em Ponta Porã, num imóvel que é réplica da casa de Elvis Presley, o “Rei do Rock”.

A defesa move dois habeas corpus: um com pedido de prisão domiciliar e outro alegando incompetência da Vara que decretou a preventiva. O pedido de domiciliar destaca que o preso necessita de tratamento de oxigenoterapia, indisponível nos presídios de Mato Grosso do Sul.

 Ele estava foragido desde 18 de junho de 2020, quando foi alvo da operação Omertà. Fahd Jamil  é réu por organização criminosa, tráfico de arma de fogo, obstrução de Justiça, corrupção e homicídio.

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