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Capital

Amigo de PM morto em acidente diz que advogado preso tentou socorro

Testemunha disse que ela e motorista envolvido colocaram soldado em carro, que falou na hora de dar partida

Anahi Zurutuza | 28/10/2020 14:54
Advogado dirigia Cobalt e atingiu soldado da PM, que estava em motocicleta (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Advogado dirigia Cobalt e atingiu soldado da PM, que estava em motocicleta (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Em depoimento, um amigo do soldado da Polícia Militar, Luciano Abel de Carvalho Nunes, de 29 anos, contou que ele e o advogado Helder da Cunha Rodrigues, de 38 anos, tentaram socorrer o jovem morto em acidente. Este colega revelou à Polícia Civil que Abel estava em sua casa, onde permaneceu até por volta das 3h30, na madrugada da colisão fatal.

Disse ainda, consta em registro feito pela 3ª DP (Delegacia de Polícia), que Luciano saiu da residência pilotando a moto dele, uma Yamaha XJ6 600 cilindradas, e logo em seguida, ouviu um barulho alto vindo da Avenida Ministro João Arinos, localizada a três quadras de onde mora. O amigo decidiu então ir até a via e se deparou com o acidente envolvendo o PM.

O homem narrou que antes de Helder da Cunha fugir do local do acidente, ele e o motorista tentaram “salvar” a vítima, a colocando dentro do carro do advogado para levá-la a um pronto-atendimento médico. O veículo, porém, falhou na hora de dar partida. Os dois decidiram, então, tirar o soldado da PM do automóvel.

Este trecho do depoimento do amigo da vítima é usado pela defesa do advogado no pedido de revogação da prisão preventiva. Ele argumenta que o cliente não fugiu do local do acidente sem prestar socorro, mas que só saiu de lá pouco tempo depois porque se sentiu ameaçado.

Helder da Cunha está numa sala especial para advogados do Presídio Militar (Foto: Facebook/Reprodução)
Helder da Cunha está numa sala especial para advogados do Presídio Militar (Foto: Facebook/Reprodução)

Na declaração da testemunha, há detalhes não citados pelos defensores de Helder, como o trecho em que ele diz ter impedido que o advogado deixasse o local da colisão fatal antes da tentativa de socorro, que percebeu a embriaguez do condutor e que depois da tentativa de salvamento frustrada, ao notar que o soldado estava sangrando pela boca, correu para a avenida para pedir ajuda, momento que o motorista aproveitou para fugir a pé.

Indiciado por homicídio doloso, Helder da Cunha Rodrigues teve a prisão preventiva decretada e ficará por tempo indeterminado em sala especial para advogados, situada no Presídio Militar de Campo Grande.

O acidente – A colisão fatal aconteceu no início da manhã do dia 19 deste mês. Conforme informou o delegado Lucas Caires, Luciano seguia de moto quando foi atingido pelo Chevrolet Cobalt. Depois da pancada, o carro do advogado foi parar no canteiro central da Avenida Ministro João Arinos. O Corpo de Bombeiros foi acionado, tentou reanimar a vítima, mas sem sucesso. O PM morreu no local.

A colisão aconteceu em cruzamento sinalizado do Bairro Cidade Jardim, na saída para Três Lagoas, em Campo Grande. A Polícia Civil encontrou uma garrafa de vodca pela metade no carro do advogado. No depoimento, Helder admitiu que havia bebido quatro doses de vodca. Ele não tem CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

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