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Capital

Sete dias após morte, família de PM convoca ato em frente à OAB

Acidente ocorreu na madrugada de segunda-feira (19)

Kerolyn Araújo | 25/10/2020 16:10
Luciano Abel era lotado no Batalhão de Guarda e Escolta (Foto: Reprodução/Facebook)
Luciano Abel era lotado no Batalhão de Guarda e Escolta (Foto: Reprodução/Facebook)


Familiares de Luciano Abel de Carvalho Nunes, 29 anos, soldado da Polícia Militar morto na madrugada da última segunda-feira (19), no Bairro Cidade Jardim, vão se reunir nesta segunda-feira (26), às 9h, em manifestação em frente ao prédio da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso do Sul). Eles cobram que a entidade puna o advogado Helder da Cunha Rodrigues, 38 anos, que causou o acidente.

No vídeo de mais de 10 minutos, o Lincoln Ariel, irmão de Luciano, ressalta que o advogado que estava dirigindo sob efeito de álcool e sem CNH (Carteira Nacional de Habilitação). "O advogado não tinha dinheiro para manter seu carro em dia para poder transitar, mas tinha para estar em boate frequentada por pessoas de alto poder aquisitivo, consumindo bebidas alcoólicas", disse.

Em outros trechos da gravação, Lincoln comenta que enquanto a OAB prestou todo apoio e assistência ao advogado, para a família foi só "silêncio". Ele também cita o Estatuto da Advocacia e questiona se a OAB punirá Helder.

"Em frente ao prédio tem um outdoor bem grande dizendo que não há justiça sem advogado, que advogado é indispensável. E eu pergunto: vocês vão cumprir o estatuto? Vão cumprir a lei? haverá justiça para o meu irmão? Quem matou ele está recebendo toda assistência", disse no vídeo.


Policial estava em moto e foi atirado em canteiro. (Foto: Henrique Kawaminami)
Policial estava em moto e foi atirado em canteiro. (Foto: Henrique Kawaminami)


Ao Campo Grande News, o presidente da OAB/MS, Mansour Elias Karmouche, ressaltou que lamenta a morte do policial militar e que será aberto procedimento para apurar a conduta do advogado. "Vamos abrir procedimento como em todos os casos. Ele vai ter direito a defesa, como funciona o sistema jurídico. Vamos analisar a conduta ética e adotar todas providências cabíveis", explicou.

Acidente - Conforme o delegado Lucas Caires, Luciano seguia numa motocicleta Yamaha XJ6 600 cilindradas, quando foi atingido pelo Chevrolet Cobalt. Depois da pancada, tanto o corpo da vítima quanto o carro do advogado foram parar no canteiro central. O Corpo de Bombeiros foi acionado, tentou reanimar a vítima, mas sem sucesso. O PM morreu no local.

A colisão aconteceu no cruzamento sinalizado da Avenida Ministro João Arinos com a Centaurea, no Bairro Cidade Jardim, na saída para Três Lagoas, em Campo Grande. A Polícia Civil encontrou uma garrafa de vodca pela metade no carro do advogado. Helder segue preso.

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