ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  05    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Família de PM morto se reúne na OAB e pede que advogado tenha carteira cassada

Acidente ocorreu na madrugada de segunda-feira (19) no cruzamento sinalizado da Avenida Ministro João Arinos com Rua Centaurea

Kerolyn Araújo e Bruna Marques | 26/10/2020 10:51
Edeves Carvalho, mãe do policial morto em acidente. (Foto: Henrique Kawaminami)
Edeves Carvalho, mãe do policial morto em acidente. (Foto: Henrique Kawaminami)


Familiares e amigos do soldado da Polícia Militar Luciano Abel de Carvalho Nunes, 29 anos, morto há uma semana após a motocicleta que conduzia ser atingida pelo carro do advogado  Helder da Cunha Rodrigues, 38 anos, fizeram manifestação em frente ao prédio da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso do Sul). Eles querem que Helder tenha a carteira da OAB cassada.

Ao Campo Grande News, a mãe de Luciano, Edeves Carvalho, disse que o grupo resolveu se reunir em frente ao prédio da OAB para pedir posicionamento do órgão em relação ao advogado. "Se meu filho tivesse feito isso, todo mundo estaria atrás do comandante dele. Ele (Helder) não é uma pessoa da lei? Ou será que pra ele os direitos são diferentes?", questionou.

Segundo Edeves, o desejo da família é que Helder tenha a carteira da OAB cassada para que não possa mais advogar. "Queremos ser ouvidos, que ele fique preso e que entenda que não pode exercer a profissão que ele mesmo negou. Vou lutar por justiça", disse.

O irmão de Luciano, Lincoln Ariel, levou um cartaz questionando a OAB sobre o artigo 38 do Estatuto da Advocacia. "Esse prevê diversas punições para os advogados que cometem transgressão.Ele conhecia a lei e optou por descumpri-la. O presidente também conhece. A nossa pergunta é: a OAB vai vai agir da mesma maneira do Helder? Vão rasgar o próprio estatuto?", comentou.


Lincoln Ariel, irmão de Luciano, questinou artigo que pune advogados. (Foto: Henrique Kawaminami)
Lincoln Ariel, irmão de Luciano, questinou artigo que pune advogados. (Foto: Henrique Kawaminami)


Amigo de Luciano, Jamil Arasco, 34 anos, ressaltou que o próprio autor do acidente assumiu que ingeriu bebida alcoólica antes do acidente. ''Ele mesmo confessou que tomou quatro doses de vodka em boate cara de Campo Grande. Como que tem dinheiro para noitada e não tem para renovar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e pagar o documento do carro? Queremos justiça. Que a OAB tome a carteira e que ele não exerça mais a profissão", defendeu.

Em nota, o presidente da OAB/MS, Mansour Elias Karmouche, lamentou a morte de Luciano e reafirmou que o advogado passará por procedimento ético-disciplinar. "De acordo com o sistema jurídico, todo cidadão tem direito ao contraditório e da ampla defesa nos termos da Constituição da República. A nossa instituição vai apurar a conduta do profissional dentro das mesmas regras do devido processo legal, impostas a todos os profissionais submetidos a análise da Ordem, nos termos da Lei", diz trecho da nota.

Acidente - Conforme o delegado Lucas Caires, Luciano seguia numa motocicleta Yamaha XJ6 600 cilindradas, quando foi atingido pelo Chevrolet Cobalt. Depois da pancada, tanto o corpo da vítima quanto o carro do advogado foram parar no canteiro central. O Corpo de Bombeiros foi acionado, tentou reanimar a vítima, mas sem sucesso. O PM morreu no local.

A colisão aconteceu no cruzamento sinalizado da Avenida Ministro João Arinos com a Centaurea, no Bairro Cidade Jardim, na saída para Três Lagoas, em Campo Grande. A Polícia Civil encontrou uma garrafa de vodca pela metade no carro do advogado. Ele não tinha CNH.


Nos siga no Google Notícias