Anvisa e Santa Casa voltam a discutir mortes por quimioterapia
A ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande) volta a se encontrar com representantes nacionais da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para discutir os casos de três pacientes que morreram após sessões de quimioterapia na Santa Casa. A reunião acontece na sede estadual da Anvisa em Mato Grosso do Sul, no bairro Amambai.
Ontem (21), eles ficaram reunidos durante praticamente todo dia na Santa Casa, juntamente com uma comissão interna criada para investigar os óbitos. Pelo menos três testemunhas foram ouvidas e houve uma devassa em prontuários médicos.
A comissão fará uma completa varredura nos procedimentos que vão desde o preparo do medicamento fluoracil (5-FU), usado no combate ao câncer do intestino, e também do lelcovorin (ácido folínico, que potencializa os efeitos do primeiro), até a administração nos pacientes com câncer.
Segundo nota divulgada pela assessoria da Santa Casa, 41 pessoas fizeram uso dos fármacos. Dentre elas, quatro apresentaram reações adversas. Carmen Insfran Bernard, 48 anos, morreu no dia 10 de julho, Norotilde Araújo Greco, 72 anos, no dia seguinte e Maria Glória Guimarães, 61 anos, no último dia 12.
A quarta paciente, Margarida Isabel de Oliveira, 70 anos, teve efeitos colaterais, mas se recupera. Diante deste cenário, a ABCG interrompeu os trabalhos de manipulação no hospital até que as investigações sejam concluídas. Todavia, os demais tratamentos via quimioterapia e radioterapia ocorrem normalmente, com as manipulações sendo feitas no Hospital do Câncer Alfredo Abrão.