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Capital

Após 4 anos do acidente em parque aquático, motorista terá caso julgado

Em janeiro de 2020, ele foi descer do tobogã, bateu com a cabeça no fundo da piscina e ficou tetraplégico

Por Izabela Cavalcanti | 15/07/2024 12:31
Advogado junto com Mauro, que está acamado, acompanhado da esposa e filha da vítima (Foto: Divulgação)
Advogado junto com Mauro, que está acamado, acompanhado da esposa e filha da vítima (Foto: Divulgação)

Dia 18 de julho pode pôr fim a espera de um auxílio para o motorista de aplicativo, Mauro Apparecido Moris Netto, de 47 anos, que há 4 anos e 6 meses sofreu um acidente no parque aquático Eco Park, em Campo Grande. O julgamento de 2° grau está marcado às 14h, na 5ª Câmara Cível local.

Ele ficou tetraplégico, quando no dia 19 de janeiro de 2020 escorregou de um tobogã e tentou desviar de três crianças, mas bateu com a cabeça no fundo da piscina. Ele relata que ficou sem qualquer auxílio até a ajuda de outro banhista. No dia do acidente, ele estava acompanhado da esposa e dos filhos, que presenciaram toda a situação.

No dia 2 de julho de 2020, o Campo Grande News noticiou que o parque havia sido condenado pela Justiça, em caráter liminar, a pagar pensão no valor de R$ 2,4 mil mensais ao motorista.

O advogado de defesa, Eduardo Lemos Barbosa, que é especialista em indenização explicou que a situação se enquadra também ao artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor, pela má prestação de serviço, já que, segundo ele, foi visto falhas tanto no brinquedo quanto na assistência pós-acidente. Eduardo Barbosa enfatizou que até agora, o parque não prestou auxílio à vítima.

Mauro relata como é difícil lidar dia após dia com a situação. Quem o ajuda é a esposa, Juliana da Silva Moris, que está enfrentando problemas no joelho e na coluna, além de estar com um mioma no útero.

Algumas das dificuldades são: gastos com fraldas; muitas escaras pelo corpo, que não saram devido ao tempo que precisa ficar deitado; dificuldade de condução adequada; e falta de fisioterapia intensiva chamada de Therasuit, que ajuda no fortalecimento muscular específico e integração de reflexos patológicos, coordenação motora, equilíbrio, resistência e influência sobre o sistema nervoso central.

A esposa explicou que antes o marido usava sonda de alívio, mas que ocasionava muitas infecções urinárias e, consequentemente, em dias de internação. Diante disso, um médico do posto de saúde deu a ideia de fazer massagem na bexiga, sempre às 3h da madrugada.

“Diariamente eu preciso fazer pressão na bexiga dele através de massagem e, nesses últimos dias, estou fazendo mais constantemente”, disse Juliana.

Com a ajuda dos amigos, ele conseguiu comprar um guincho para ajudar a sair de um canto para o outro, como por exemplo, da cama para a cadeira de rodas. Outro ponto abordado por ele é a necessidade uma cadeira de rodas apropriada para a tetraplegia.

Outro lado - Por meio de nota, a empresa informou que no dia do acidente, Mauro, de forma deliberada e irresponsável desceu a rampa do brinquedo de ponta-cabeça, em desobediência às normas de segurança e descumprimento à orientação do guarda-vidas que estava posicionado no acesso ao brinquedo, controlando o fluxo de pessoas e orientando-as quanto ao uso correto do brinquedo.

“Ao desobedecer de forma incontinente a orientação do guarda-vidas, lastimavelmente, ele assumiu total risco e responsabilidade pelo resultado do acidente”, disse. A equipe informou também que Mauro era frequentador assíduo do local e sabia da profundidade das piscinas e as placas de sinalização.

Outro ponto que o Eco Park relatou é de que a situação foi registrada por câmeras de segurança e que a vítima foi socorrida em torno de 10 segundos pelo guarda-vidas responsável, cumprindo todo o protocolo de primeiros socorros até a chegada da equipe médica do Samu.

“Destacamos ainda que, após o acidente, uma equipe do Parque procurou a família de Mauro para se colocar à disposição para eventuais auxílios que fossem necessários, porém a família recusou receber qualquer auxílio, alegando ser uma orientação dos advogados que iriam propor ação judicial", diz parte da nota.

A equipe do Eco Park informou também que desde maio de 2020, por decisão liminar da Justiça, mesmo não concordando, o parque já depositou em valores mensais, a favor de Mauro a soma de R$ 130.755,53.

"Por fim, o parque salienta de que este ocorrido se trata de um fato isolado, do qual não tem nenhuma responsabilidade por ter cumprido rigorosamente todas as normas e procedimentos legais e reafirma seu absoluto compromisso com a segurança dos frequentadores e com o atendimento a todas as exigências dos órgãos públicos de controle", finalizou.

* Matéria atualizada às 8h18, do dia 16 de julho, para acrescentar nota do Eco Park

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