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Capital

Após ameaças, alunos são flagrados com anotação de como fabricar bomba

Alunos do 1º Ano do Ensino Médio teriam afirmado que ateariam fogo na escola e matariam os colegas

Geisy Garnes | 20/03/2019 18:39
O caso foi registrado na Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) (Foto: Arquivo)
O caso foi registrado na Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) (Foto: Arquivo)

Dois adolescentes, de 16 e 14 anos, foram apreendidos nesta quarta-feira (20) com anotações de como fabricar bombas na Escola Estadual Blanche Pereira dos Santos, no Jardim Tijuca, em Campo Grande. O caso foi descoberto depois que eles ameaçaram colegas e afirmaram que iriam incendiar o colégio. 

O flagrante foi feito por militares do policialmente escolar, da 5ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar). Conforme o registro policial, o primeiro contado com os adolescentes aconteceu às 7h40, em visitas de rotina a escola. Lá receberam a denúncia de alguns pais sobre “atitudes suspeitas” de dois alunos do 1º ano do Ensino Médio, que estariam com uma faca.

A dupla, de 16 e 14 anos, foi chamada até a sala da diretora, onde mostrou o que tinha na mochila. Como nada de ilegal foi encontrado, os dois voltaram para a aula. Horas depois, os policiais foram novamente chamados, desta vez pela diretora da escola que havia recebido novas denuncias.

O adolescente de 16 anos foi o primeiro a ser chamado e negou carregar faca. O de 14 foi abordado em seguida e confessou ter guardado as coisas do amigo, a pedido dele, em sua mochila. Lá os militares encontraram um canivete e cadernetas com ameaças a outros alunos e anotações sobre como fabricar uma bomba caseira.

Para a polícia, foram relatadas ainda ameaças feitas pelos alunos por WhatsApp. Nas mensagens os adolescentes teriam afirmaram que matariam os colegas e usariam coquetel molotov para incendiar a escola. O caso então foi levado a Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude).

Conforme a delegada Fernanda Félix Carvalho Mendes, não houve a confecção da bomba, mas os alunos conversavam sobre o assunto e assistiam vídeos no Youtube para aprender a fabricar o artefato. No entanto, os colegas de sala descobriram e a história se espalhou pela escola, causando pânico entre os alunos.

Ainda conforme a delegada, os adolescentes apresentavam comportamento diferente dos depois alunos, eram quietos, reprimidos e isolados. “Um deles justificou que queria afastar as pessoas dele”, lembrou Félix.

Buscas ainda foram realizadas na casa dos adolescentes. Em uma delas outros dois cadernos com o mesmo tipo de anotações foram apreendidos. Como não tinham computador em casa, apenas os celulares dos meninos foram apreendidos. “Serão enviados para a perícia, que vai analisar conversar e vídeos assistidos”.

Os adolescentes foram apreendidos por ameaça e serão transferidos para uma Unei (Unidade Educacional de Internação). Em nota a SED (Secretaria Estadual de Educação) afirmou que está ciente do ocorrido e que acompanha o caso. "No momento, não serão divulgados mais detalhes por se tratar de uma questão de vulnerabilidade dos estudantes e, também, da unidade escolar".

Segundo caso - Esse é o segundo caso da semana. Nesta terça-feira (19) quatro alunos do 1º ano do Ensino Médio levaram isqueiros e desodorante aerosol na tentativa de produzir um “lança-chamas” artesanal na Escola Estadual Joaquim Murtinho, no Centro de Campo Grande.

Dois dos adolescentes envolvidos diretamente no caso foram levados para a Deaij e também foram suspensos da escola. Outros dois, que participaram indiretamente, entraram em processo de transferência, "por opção dos pais", informa a SED (Secretaria Estadual de Educação).

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