Após morte em condomínio, medo impera em região considerada violenta
Famílias que não têm envolvimento com a criminalidade acabam se tornando testemunhas de crimes em regiões consideradas violentas em Campo Grande. Na terça-feira (28), por exemplo, a morte de Breno da Motta Marinho, 21 anos, por volta das 10h, no condomínio Nova Lima II, na Rua Zulmira Borba, deixou moradores ainda mais preocupados com a situação.
Nesta quarta-feira (1º), no velório do rapaz, o sentimento era de medo. Ninguém queria falar sobre o assunto, muito menos dizer alguma coisa sobre os suspeitos de cometerem o assassinato.
Moradora há 6 meses no condomínio, uma dona de casa de 56 anos disse apenas que pretende vender o apartamento e ir morar em outro bairro. Ela pediu para não ser identificada porque teme sofrer represálias.
“Sempre ouvi falar da região, que era violenta, mas não tinha noção da gravidade e até então nunca tinha presenciado um crime”, lamentou a mulher ainda abalada com a morte do vizinho. A mãe do menino passou mal quando ficou sabendo que o filho havia sido baleado e precisou de atendimento médico. Durante o velório, a mulher passou mal novamente e teve que ser socorrida pelos familiares.
No bairro, alguns moradores entrevistados pela reportagem afirmam que Breno era tranquilo com a vizinhança, mas comercializava drogas dentro do condomínio e que por conta disso o movimento de dependentes químicos era intenso no residencial. “Não foi a primeira vez que vieram atrás dele para matá-lo”, contou uma testemunha.
Ainda segundo a pessoa, foram seis disparos que os atiradores fizeram em plena luz no dia, em uma área cheia de crianças. Após o crime, os suspeitos fugiram em uma motocicleta amarela. Breno foi atingido com dois tiros e morreu a caminho do posto de saúde do Nova Bahia.
O rapaz foi velado em capela de uma pax no bairro Guanandi. O enterro foi por volta das 9h desta manhã no Cemitério Santo Amaro. Ainda não há informação se os suspeitos foram identificados e presos pela polícia.
Vingança - Ontem à tarde, Jean Felipe de Oliveira e a cunhada Vanessa Aparecida Moreira, ambos de 25 anos, foram presos com revólver calibre 38 e com onze munições, no condomínio em que Breno foi morto. À polícia, o casal disse que era amigo da vítima e pretendia vingar a morte do rapaz.