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Capital

Após morte, moradores dizem que asfalto novo virou pista de corrida

Na noite desta quarta, jovem fugiu da PM ao ser flagrado empinando moto, colidiu em carro e morreu

Dayene Paz e Mariely Barros | 16/03/2023 10:06
WApós morte, moradores dizem que asfalto novo virou pista de corrida
Marcas de zerinho no asfalto em frente à praça no Jardim Carioca. (Foto: Henrique Kawaminami)

A morte de um rapaz na noite desta quarta-feira (15), em Campo Grande, que bateu em um carro ao fugir da polícia ao ser flagrado empinando uma motocicleta, trouxe à tona uma reclamação de moradores do Jardim Carioca. Há cerca de seis meses, com a chegada do asfalto na Avenida Dois, a vizinhança não tem paz com o "randandandan" e até rua trancada para que os condutores façam manobras perigosas.

O que era para ser o alívio dos moradores virou tormento. "Agora é pista de corrida e randandandan, não temos paz", diz um dos moradores, mecânico de 52 anos, que pediu para não ter o nome divulgado por medo.

Ele mora aos fundos da oficina, onde trabalha durante o dia. "Quem tem criança ou quer descansar do dia todo de trabalho não consegue. Mesmo morando no fundo, eu escuto. Já faz um ano que mudei para cá e é a mesma situação. Perto da praça é ainda pior", reclama.

Outra moradora, a professora universitária Mônica Vargas, 59 anos, também não consegue ministrar aulas EAD (Educação a Distância). "Às vezes o barulho está tão alto, que fica impossível dar aula na minha casa e preciso ir para o fundo tentar me livrar do barulho", conta.

Ela lamenta a morte do rapaz, mas diz que a vizinhança já temia que algo acontecesse. "Eu e os vizinhos estávamos comentando que só quando morresse um aqui, iriam fazer alguma coisa. Espero que agora coloquem uma lombada, quebra-molas, ou qualquer coisa que também diminua esse barulho ensurdecedor. Eu não sei por que eles passam tão correndo", comenta a mulher.

Após morte, moradores dizem que asfalto novo virou pista de corrida
Marcas no asfalto da Avenida Dois, no Jardim Carioca. (Foto: Henrique Kawaminami)

Segundo Mônica, às sextas os jovens lotam a avenida. "Até trancam a rua, principalmente às sextas e véspera de feriado. Eles passam em uma velocidade, incluindo os entregadores, e tem uma escola ali em cima, precisamos de um posicionamento".

Outra moradora, a agente aeroportuária Tallita de Cássia, de 23 anos, escutou o barulho da batida na noite de ontem. "Estavam empinando e ouvi um barulhão, mas nem saí. Mais tarde ouvi a pancada", lamenta.

Ela conta que mora desde dezembro do ano passado no bairro, mas o irmão reside há mais tempo na região. "Ele diz que sempre foi assim. Temos uma bebê em casa e às vezes coloco ela para dormir na rede aqui fora, mas acaba acordando com o barulho, isso a qualquer horário do dia", reclama.

Morte - De acordo com o registro da Polícia Civil, na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro da Capital, policiais militares faziam rondas e viram um jovem empinando uma moto na praça do bairro. Quando percebeu a presença da viatura, Alexandre Alves de Souza, de 21 anos, fugiu em alta velocidade.

Ele foi perseguido e seguia pela Avenida Dois, quando conseguiu se distanciar da viatura. Os policiais militares contaram terem ouvido apenas o barulho da batida. Quando se aproximaram, perceberam que o rapaz havia colidido em um veículo Volkswagen Gol.

O condutor do carro contou que estava estacionado no lado direito da avenida para usar o celular. Após a ligação telefônica, manobrou para a terceira via e não viu a aproximação da motocicleta. Logo, teve a lateral esquerda, na altura da porta, violentamente atingida pela moto. O condutor do Gol fez teste de bafômetro, que não apontou embriaguez.

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