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Capital

Após PF apreender contrastes, HR diz que está com estoque zerado há 6 meses

Carga com 280 frascos do medicamento, que seriam entregues ao HRMS, foi apreendida pela Polícia Federal

Jhefferson Gamarra | 08/12/2022 17:21
Caixa de medicamentos supostamente contrabandeados que chegou ao Hospital Regional nesta quarda. (Foto: Divulgação) 
Caixa de medicamentos supostamente contrabandeados que chegou ao Hospital Regional nesta quarda. (Foto: Divulgação)

A Polícia Federal deu início às investigações referentes à remessa de 280 frascos do medicamento Iopamiron 300, sem lacre e sem registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), entregues ao Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, no início da noite de ontem (7).

Utilizado como contraste para exames de tomografia computadorizada e procedimentos cirúrgicos, o medicamento de alto custo está em falta há pelo menos seis meses no Hospital Regional. Nesse período, a unidade tem recebido algumas doações e empréstimos de outras unidades para a realização de procedimentos.

“Esse não é um problema pontual do HRMS, é crônico. A escassez do contraste é reflexo da queda na produção dos insumos na China, principal fornecedor para a indústria brasileira e não tem no mercado para compra; o pouco que tem as distribuidoras priorizam instituições particulares para a venda”, informou o hospital em nota. “Havia uma perspectiva de regularizar a produção no fim de setembro, mas já estamos em meados de dezembro e até agora não foi regularizado”, finalizou.

Com a escassez do medicamento, o governo de Mato Grosso do Sul firmou contrato emergencial no mês passado, no valor de R$ 3,2 milhões, com a empresa Promercantil Produtos Hospitalares para a aquisição de 11.460 frascos de 300mg do medicamento. Conforme o portal da transparência, ainda não foi repassado nenhum valor para a distribuidora.

A entrega de quarta-feira seria a primeira prevista no contrato, mas ao receber o medicamento suspeito, o próprio presidente do Hospital Regional, Lívio Leite, acionou a Polícia Militar, que compareceu no almoxarifado do local e encaminhou a carga e o entregador para a Polícia Federal.

Além da falta de registro, o fármaco adquirido em contrato pelo hospital com a empresa Promercantil era de origem italiana, porém, o que foi entregue à unidade era de origem Argentina, com lotes e fabricação diferente do contratado.

Conforme apurado pela reportagem, os produtos apreendidos têm a mesma origem dos que foram apreendidos em Corumbá, recentemente. Em setembro, uma carga com 500 caixas do mesmo medicamento foi apreendida pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Rio Branco-AC. Os medicamentos estavam sendo transportado para o aeroporto da capital acreana e tinha como destino Aparecida de Goiás, no estado de Goiás, cidade sede da Promercantil Produtos Hospitalares.

Em relação ao caso dos medicamentos entregues ao HRMS, a Polícia Federal informou que já iniciou as investigações sobre o fato. A ocorrência foi registrada como suposta prática do crime de atividade comercial de mercadoria de descaminho e de distribuição de medicamento sem as características de identidade e qualidade admitidas para comercialização. A carga foi apreendida e o responsável pela entrega foi liberado.

O Campo Grande News tentou contato com a empresa Promercantil Produtos Hospitalares, mas até a publicação da matéria não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação da empresa.

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