Após plano emergencial, unidades de saúde de três bairros têm manhã sem lotação
Medida é resposta a sobrecarga por doenças respiratórias, agravamento de quadros crônicos e casos leves

Nesta manhã (25), três unidades de saúde de Campo Grande que a reportagem visitou não enfrentavam lotação, horas depois da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) anunciar um plano emergencial devido à sobrecarga de atendimento na rede pública.
A primeira foi a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Vila Almeida. Havia dezenas de pessoas à espera de atendimento, sendo uma delas um serralheiro de 32 anos que sofre de tendinite.
O homem, que não quis se identificar, relatou ter desistido do atendimento no local ontem (24). "Eu estava lá em Nova Alvorada do Sul, trabalhei essa semana inteira fazendo serviço repetitivo. Ontem eu vim aqui, dei entrada 13h e desisti de esperar às 16h. Não me deram medicação, nada. Tinha gente esperando para fora, estava muito lotado", disse.
O caso dele é um dos que poderiam ser atendidos em UBS (Unidade Básica de Saúde). Uma das medidas do plano emergencial é autorizar temporariamente o atendimento nos locais sem necessidade do paciente agendar consulta, na tentativa de redistribuir casos leves que chegam às UPAs.
UBS - Havia poucos pacientes na UBS Dona Neta, que fica no Bairro Guanandi, e a UBS Dr. Alberto Neder, no Bairro Caiçara.
Nenhuma das duas tinha pacientes com demanda espontânea aguardando atendimento por volta das 8h.

A unidade do Guanandi tinha mais pessoas aguardando dentista, enquanto na do Bairro Caiçara, a maior espera era por exames.
A reportagem apurou que não houve alterações expressivas na procura por atendimento nas duas entre ontem e hoje, exceto um pequeno aumento de pacientes com doenças respiratórias chegando na UBS Dr. Alberto Neder.
A Sesau foi questionada se percebeu efeitos do plano emergencial nas primeiras horas desta manhã, mas não respondeu até a publicação desta matéria.
Plano emergencial - Anunciado após a Santa Casa publicar nota informando que não poderia mais receber pacientes em seu pronto socorro devido à superlotação, o plano emergencial é uma resposta ao "aumento de casos de síndromes respiratórias, agravamento de quadros crônicos e maior procura por pacientes com condições de baixa complexidade", segundo a secretaria.
Válidas desde ontem e com prazo indeterminado, as principais medidas são:
- Reorganização da equipe médica e envio de equipe provisória em unidades com maior demanda;
- Mapeamento para possível inclusão de leitos nas UPAs, temporariamente;
- Remanejamento de pacientes entre UPAs e CRSs (Centros Regionais de Saúde);
- Dar alta a pacientes que podem receber atendimento em casa;
- Orientação para pacientes com quadros leves procurarem unidades básicas de saúde.
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