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Capital

"Arrastão" em 8 lojas mostra que "Gangue das Mulheres" ainda atua no Centro

Motorista diz que foi contratada por mulher que fez vários furtos no Centro e recebeu desacoplador de alarmes

Silvia Frias | 28/06/2023 10:53



Uma motorista de aplicativo, de 24 anos, foi presa em flagrante depois de fazer “arrastão” em oito lojas no Centro de Campo Grande, com auxílio de desacoplador de alarmes. A ação, segundo a CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas), mostra que a “Gangue das Mulheres” continua em atividade na região, contribuindo para prejuízo que já chegou a R$ 1 milhão em apenas três meses.

“Esse grupo nunca parou de atuar, já tem vários relatos este ano”, disse o presidente da CDL, Adelaido Vila. No ano passado, o Campo Grande News mostrou a ação das mulheres que, além do arrastão, também ameaçam e agridem funcionários das lojas. Este ano, já existem outros registros do crime. (vídeos)

No caso recente, a motorista de 24 anos foi presa no sábado à tarde, em estacionamento da Avenida Afonso Pena, após denúncia de que estava muito nervosa e com várias sacolas de objetos furtados.

A equipe da PM (Polícia Militar) foi até o local e a mulher confessou que havia furtado diversos objetos de oito lojas: nas sacolas, foram encontrados 13 pares de chinelos, 12 pacotes de goma, 5 perfumes, 2 garrafas térmicas, 2 vestidos, 5 conjuntos de pulseiras, 2 guarda-chuvas, conjunto de talheres, saída de cama box, capa para sofá, fritadeira ducha e caixa de plástico de 50 litros.

Em depoimento na Depac/Centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), a mulher disse que trabalha como motorista há poucos dias e foi contratada passageira que buscou na região central, cheia de sacolas, identificada apenas como Dara, que seria responsável por vários furtos nas lojas do Centro. Foi esta pessoa que lhe entregou o desacoplador de alarmes e iria monitorar os furtos feitos pela outra.

No acordo, ela disse que iria vender os itens furtados no Facebook. A motorista é casada, mãe de 2 filhos e justificou a ação dizendo que passa por dificuldades. Hoje, durante a audiência de custódia, teve a prisão em flagrante convertida em liberdade. A motorista foi indiciada por furto qualificado mediante rompimento de obstáculo.


Agressão – Adelaido Vila disse que a “Gangue das Mulheres” já foi tema de reuniões com as polícias Civil e Militar, além da GCM (Guarda Civil Metropolitana) sobre os furtos. “É um grupo organizado, já teve caso de levar a grade inteira de produtos, é coisa absurda”, descreveu. Além do “arrastão”, outro fator de preocupação são os casos de agressões já registrados contra funcionários.

Segundo Vila, o comércio contabilizou prejuízo com os furtos ocorridos de outubro a dezembro do ano passado em valor de R$ 1 milhão. "Em um furto, já teve caso de levar R$ 8 mil em itens".

Um dos vídeos a que o Campo Grande News teve acesso mostra uma mulher que leva várias calças jeans de loja e, ao ser flagrada, sai correndo; no outro, a suspeita de furto entra no espaço atrás dos caixas e agride uma das funcionárias, precisando ser contida. Foi detida e liberada. As ações aconteceram entre março e abril deste ano. “Elas passam pelo segurança, falam nome de filho, de algum parente, intimidando mesmo”, disse Vila.

Segundo ele, os comerciantes pedem que os casos sejam enquadrados como ação de grupo organizado, já que, normalmente, as mulheres são liberadas na audiência de custódia. “O comerciante faz boletim de ocorrência, existe mapeamento da situação, pedimos atitude mais dura e contundente”.

A reportagem entrou em contato com as polícias Civil e Militar e a GCM. O secretário Especial  de Segurança e Defesa Social de Campo Grande, Anderson Gonzaga, diz que a guarda já fez várias prisões e conta com videomonitoramento para coibir as ações.

Em nota, a PM informou que o policiamento na região é feito pelo 1º BPM (Batalhão de Polícia Militar), com reforço das unidades especializadas, a exemplo do BPChoque (Batalhão de Polícia Militar de Choque). "Todo policiamento é realizado com base na análise de dados estatísticos, extraídos dos boletins de ocorrências e também dos atendimentos à comunidade local". A PC ainda não mandou retorno.

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