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Capital

Até estagiário de Direito fazia parte de quadrilha e atuava no tráfico de drogas

Ele foi preso em operação deflagrada pelo Gaeco contra a facção criminosa CV (Comando Vermelho)

Viviane Oliveira | 23/05/2023 13:43
No site da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), Renan Maycon aparece com o registro de estagiário já cancelado (Foto: Reprodução)
No site da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), Renan Maycon aparece com o registro de estagiário já cancelado (Foto: Reprodução)

Preso por envolvimento com a facção criminosa CV (Comando Vermelho), o estagiário de Direito, Renan Maycon Carneiro da Silva, de 29 anos, também atuava no tráfico de drogas, conforme a investigação da Operação Bloodworm. Ele foi alvo da ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra advogados, policiais penais e outras pessoas investigadas por ligação com a organização criminosa.

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De acordo com pedidos de prisão elaborados pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Renan, casado com a advogada Isabella Patrícia Miranda, também presa na ação, atuava em favor dos interesses da organização criminosa praticando crimes, agindo como “pombos-correio” ao transmitir e levar recados criminosos dos faccionados presos aos que que estão em liberdade e vice-versa, além de administrar dinheiro da facção para seus integrantes.

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A operação foi desencadeada depois que quatro celulares foram encontrados em celas da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira 2, conhecida como "Federalzinha", na Capital, situação que chamou a atenção. Até então, o presídio ostentava ter uma segurança bastante rígida se comparada às demais penitenciárias do Estado.

Conforme o Gaeco, os aparelhos chegavam aos presidiários, lideres da facção, com ajuda dos “Gravatas” (termo do crime para advogados) e policiais penais, chamados de “Coletes”.

Ainda de acordo com o pedido de prisão, em uma das interceptações realizadas pela investigação, Renan foi flagrado em das ligações oferecendo ao interlocutor cocaína peruana no valor de R$ 100 o grama. “Alguém tem interesse na química (se ferindo à cocaína)”, disse Renan ao interlocutor, completando que a droga era 90% pura.

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Outro lado - Por meio de nota, Thaís Lara e Jorge Rosendo, os advogados de Isabella, informaram que “o processo em questão encontra-se em estágio inicial, com a denúncia sendo distribuída em 22 de maio de 2023, e, nessa fase, não é possível discutir o mérito das acusações”.

Os defensores citaram ainda o princípio da presunção da inocência (do Direito) para ressaltar que não devem ser tiradas conclusões precipitadas em relação à cliente. "A defesa está empenhada em apresentar, de maneira técnica e precisa, as evidências que irão comprovar a verdade dos fatos".

Informaram por fim que tanto os advogados quanto a defesa estão comprometidas em colaborar com a investigação. Já Renan ainda não tem advogado constituído.

Renan e Isabella presos na operação (Foto: reprodução/redes sociais)
Renan e Isabella presos na operação (Foto: reprodução/redes sociais)

 A operação - Com 92 mandados de prisão preventiva e 38 mandados de busca e apreensão, a operação ocorreu em Campo Grande, Ponta Porã, Coxim, Dourados, Rio Brilhante, Sonora, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de Mato Grosso, Dois Irmãos do Buriti e em outros estados.

Segundo o Gaeco, a investigação feita durante 15 meses descobriu que a facção, até então com presença tímida em Mato Grosso do Sul, estava se estruturando para expandir seus tentáculos na região – importante rota do tráfico de drogas e de armas.

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