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Capital

Base inicia exercício com 700 militares, mas sem permitir imagens

Evento reúne esquadrões aéreos de todo o País em Campo Grande e foi questionado por conta da aglomeração

Marta Ferreira e Clayton Neves | 17/08/2020 11:55
Caça decola da Base de Campo Grande, que sedia exercício com 700 militares. (Foto: Marcos Maluf)
Caça decola da Base de Campo Grande, que sedia exercício com 700 militares. (Foto: Marcos Maluf)

Começou nesta segunda-feira (17), sem a permissão de acesso de equipe de reportagem, o Exercício Operacional Tápio, treinamento que reúne em Campo Grande em torno de 700 militares, integrantes de esquadrões aéreos do Exército e da Força Aérea. A movimentação havia sido adiada, em maio, por causa da pandemia de novo coronavírus mas acabou sendo mantida, apesar de Campo Grande ser hoje, epicentro da doença inclusive na região Centro-Oeste, com 247 mortes já registradas.

No fim de semana, a FAB permitiu o acesso, demonstrou uma série de medidas que promete serem adotadas contra o contágio, mas hoje, quando as ações começaram de fato, o pedido do Campo Grande News para ir até o local não foi atendido. A alegação é de que, durante o exercício, que vai até o dia 4 de setembro, vai ser providenciada uma nova data para visita da imprensa, pré-agendado. Hoje, a informação prestada é que é dia de briefing, ou seja, de repassar as orienções à tropa, e por isso não seria possível atender a equipe.

Durante o período em que esteve  na região da Base Aérea, a reportagem presenciou três aviões levantando voo, um deles um caça.

Do lado de fora, vizinhos demonstram temor com a aglomeração e  entre eles há quem ache difícil, mesmo com todas os cuidados anunciados,  se consiga evitar o risco de contaminação, quando a orientação geral é de evitar qualquer tipo de atividade que signifique colocar muitas pessoas juntas.

Aos 76 anos, o médico veterinário Rui  Moraes Gomes, chegava em casa de um poucos compromissos para os quais têm saído, “médico ou fazer compras”, e se mostrou preocupado com o ajuntamento de pessoas no mesmo lugar.

“O ideal seria fazer esse treinamento em áreas fora do perímetro urbano”, opinou. Para ele, é muito difícil, com tanta gente no mesmo lugar, manter 100% de segurança de que o vírus não terá uma circulação ainda maior.

A FAB informou que, dois dias antes do evento, 700 militares seriam testados me aqueles que eventualmente dessem positivos seriam afastados.

Ainda assim, a moradora Silvia dos Santos, dona de casa de 46 anos, define a situação como  “complicada”.

Hipertensa e diabética, ela revela temor. Mora com o pai de 75 anos, que é do grupo dos mais sensíveis à doença, e diz que só tem ficado dentro de casa. “Muita gente acha que não, mas o vírus é real”.

Na mesma região, o militar Israel Gustavo, 48 anos,  demonstra mais tranquilidade. Diz que certamente a Força Aérea adotou todos os cuidados para evitar problemas.

Medidas – No sábado, quando abriu para a visitação da imprensa, houve a demonstração até de uma capsula contra o contágio, uma espécie de bolha de plástico. Além disso, segundo informado, seria feito o teste com antecedência.

Outras medidas de cuidado foram anunciadas, como a realização de barreiras sanitárias, e monitoramento dos participantes por QR Code. A promessa é de que, se houver algum caso positivo, há todo um esquema de isolamento montado e o tratamento será nos sistema de saúde militar, para não sobrecarregar a rede pública.

O Campo Grande News tentou saber da prefeitura se haverá alguma fiscalização das medidas sanitárias adotadas e a resposta é de que não há previsão específica para esse caso.

Aeronaves na pista da Base Aérea de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)
Aeronaves na pista da Base Aérea de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)


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