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Em Pauta

É possível curar os enfermos só com as mãos?

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 16/11/2024 07:55
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

João de Deus afirmava ter curado mais de nove milhões de pessoas usando apenas o poder divino de suas mãos. Um mero charlatão. Há dezenas de outros, travestidos de religiosos, espalhados pelo Brasil. O curandeirismo não pertence a este século. Tem suas raízes mais próximas na Idade Média. Era uma época em que existia a crença de que os reis tinham capacidade curativa. Com um toque de suas mãos podiam curar os enfermos, sobretudo se tratasse da “escrófula”, uma infecção dos gânglios do pescoço.


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Originária nos pulmões.

Ditas escrófulas tem sua origem em pulmões enfermos, cujos bacilos alcançam a torrente sanguínea provocando a inflamação nos pescoço. O curioso é que na Idade Média, sobretudo os reis da Inglaterra e da França, teriam o poder divino de curar essa doença simplesmente com um toque de suas mãos no pescoço do doente.


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O dom divino.

Naqueles tempos, o rei era um “reflexo de Deus”, daí viria seu poder curador. Esse dom divino aparece em inúmeros textos da época e já foi bem estudado pelos historiadores. O mais famoso é o de Shakespeare em “Macbeth”, obra obscura e sangrenta, onde um médico conta que “uma turba de infelizes que esperam sua cura pelo toque do rei, tal é a santidade que o Céu concedeu a sua mão”.


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Se tudo está perdido apelamos ao sobrenatural.

A crença no sobrenatural que domina o humano desde o momento em que tudo está perdido, foi encarnar-se na figura de um rei milagroso. Teriam que passar séculos para que o acaso fosse ajudar a ciência para descobrir que a substancia que o fungo “penicilllium” segrega luta contra as infecções de maneira mais eficaz que as crendices, ainda que esta continue próxima de todos nós. Desde a Idade Média pouco ou nada mudamos. Bocós para sempre.

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