PSDB aprova fusão com Podemos e cria nova força de centro no cenário político
Nova legenda 'PSDB+Podemos' terá R$ 384 milhões em fundo eleitoral e 28 deputados
A executiva nacional do PSDB aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (29), o avanço das negociações para a fusão com o Podemos. A medida, que ainda precisará ser confirmada em convenções partidárias e aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), promete dar origem a uma nova sigla de centro no cenário político brasileiro, provisoriamente chamada de "PSDB+Podemos".
RESUMO
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Executiva nacional do PSDB aprova fusão com o Podemos. A união, que ainda precisa ser confirmada em convenções partidárias e homologada pelo TSE, criará um novo partido de centro. A convenção do PSDB está marcada para 5 de junho e a expectativa é que o Podemos também realize sua assembleia para ratificar a decisão. O objetivo da fusão é fortalecer o PSDB, que enfrenta uma crise de identidade e perda de quadros, e criar uma estrutura mais competitiva para as eleições de 2026. A nova sigla terá 28 deputados federais, 7 senadores, 401 prefeitos e 3 governadores. A união também garantirá maior tempo de TV e rádio. Lideranças como Aécio Neves e Marconi Perillo defendem a fusão como um passo decisivo para o partido. O governador Eduardo Leite manifestou apoio à união, mas ainda não confirmou sua permanência. Durante maio, uma comissão definirá os detalhes da nova legenda.
A convenção nacional do PSDB, marcada para o próximo dia 5 de junho, será responsável por bater o martelo sobre a fusão. A expectativa é que, até lá, o Podemos também convoque sua assembleia para confirmar o arranjo. Só após essas etapas será possível solicitar o registro do novo partido junto ao TSE.
A união entre as duas legendas ocorre em meio a uma grave crise de identidade e perda de quadros do PSDB, que desde sua fundação em 1988 desempenhou papel central na política nacional, chegando a ocupar a Presidência da República e governar o estado de São Paulo por quase três décadas. O objetivo da fusão, segundo lideranças, é estancar a desidratação do partido e criar uma estrutura mais robusta para enfrentar os desafios eleitorais de 2026.
A proposta de fusão vem sendo discutida há meses e teve adesão crescente dentro do ninho tucano. O deputado Aécio Neves (MG), presidente do Instituto Teotônio Vilela, classificou a decisão como um "passo decisivo" para o PSDB retomar o protagonismo perdido. Segundo ele, a nova legenda será "liberal na economia, inclusiva no social e pragmática na política externa".
O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, reforçou a ideia de que o novo partido ocupará o espaço do chamado "centro democrático", oferecendo propostas e soluções para o país. Ele afirmou que a união com o Podemos é a que mais se assemelha à atual estrutura tucana e poderá garantir a sobrevivência do legado do PSDB.
Estrutura e impacto político:
Se confirmada, a fusão formará uma das maiores forças do Congresso. A nova sigla poderá ter:
28 deputados federais, tornando-se a sétima maior bancada da Câmara;
7 senadores, empatando com o União Brasil como quarta maior força do Senado;
401 prefeitos, o sétimo maior número do país;
3 governadores;
Cerca de R$ 384,6 milhões em fundo eleitoral (dados de 2024);
Aproximadamente R$ 77 milhões em fundo partidário.
Apesar desses números, a distribuição dos recursos em 2026 será feita com base no desempenho eleitoral de 2022, quando PSDB e Podemos elegeram, juntos, 25 deputados. Ainda assim, a fusão permitirá acesso a maior tempo de TV e rádio, o que pode fortalecer a posição da nova legenda nas próximas eleições e garantir o cumprimento da cláusula de barreira.
Reação dos líderes - O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que havia sinalizado possível saída do PSDB, manifestou apoio à fusão durante a reunião desta terça-feira. Em uma fala de quase sete minutos, Leite lembrou sua trajetória dentro do partido, mas não confirmou se permanecerá na nova sigla.
Outros nomes, como a governadora Raquel Lyra (PE), já migraram para o PSD. Eduardo Riedel (MS) ainda avalia seu futuro político. A esperança dos dirigentes é que a criação do novo partido convença lideranças a permanecer e reencante a militância.
"Se um ou outro optar por outra direção, serão respeitados. Mas o que o partido precisava fazer, nós fizemos", declarou Aécio Neves.
Próximos passos - Durante o mês de maio, uma comissão formada por dirigentes das duas siglas irá definir os detalhes da nova legenda: nome definitivo, estatuto, programa partidário, número, símbolo e estrutura de comando. Pesquisas qualitativas e a consulta à militância serão usadas para embasar as decisões.
Caso tudo ocorra dentro do previsto, o novo partido será oficializado até meados de junho, e já começará a se preparar para as eleições municipais de 2026 com uma configuração fortalecida e renovada.
A fusão é, para muitos, a última cartada para impedir que o PSDB desapareça do mapa político nacional. Resta saber se o novo arranjo conseguirá unificar alas internas e apresentar uma alternativa viável ao eleitorado brasileiro no disputado campo de centro.
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