Bebê dormindo suja no chão é cena triste de casa onde 5 crianças foram retiradas

Uma bebê dormindo toda suja e sozinha na varanda de casa foi apenas mais uma cena infeliz de família moradora da Vila Popular de onde ontem à noite, cinco crianças e adolescentes foram retirados para acolhimento institucional. Todas são tias e tios da bebezinha e o local, segundo o Conselho Tutelar da região central, serve tanto para venda quanto para uso de drogas.

Antes da cena enviada ao Campo Grande News da pequena menina dormindo perto do portão, o Conselho já fazia acompanhamento com as crianças – sete ao todo – e com os pais e avós que moram lá. Entretanto, situações mais graves, como fuga frequente de uma adolescente de 13 anos e denúncias também regulares de uso da casa como boca de fumo levaram o caso para o Ministério Público de Mato Grosso do Sul e para o Tribunal de Justiça.

A adolescente fugia de casa por não concordar com o comportamento dos pais e outros familiares, que são usuários de drogas.

Decisão recente determinou o acolhimento das crianças e retirada do convívio familiar, o que foi cumprido ontem. No local, o Campo Grande News tentou falar com idosa que seria avó dos recolhidos e com o pai deles, mas  ninguém quis conversar com a reportagem. Conversa rápida com ambos foi de informações desencontradas e desconexas.

Conforme o Conselho Tutelar, todas as medidas cabíveis a ele foram tomadas em relação à família, com acompanhamento junto ao Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) da região, assim como junto ao sistema de saúde, em Caps (Centros de Atenção Psicossocial). Sem retorno positivo, a saída foi levar o caso para o Judiciário e ao Ministério Público.

A Polícia Militar já foi acionada várias vezes para ir até a moradia, mas nunca houve flagrante com apreensão de entorpecentes, por exemplo. Apenas uma balança de precisão foi encontrada lá uma vez. Conforme o Conselho Tutelar, em todas as visitas à família, as crianças – de 11 meses a 17 anos – pareciam bem alimentadas.

O pai das crianças recolhidas tem passagem por roubo e no ano passado, passaria por perícia para identificar algum transtorno ou uso de entorpecentes, mas ele não compareceu.

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