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Capital

Bernal agravou caos na saúde da Capital, diz coordenador do Samu

Aline dos Santos | 17/06/2014 10:02
UPA do Bairro Coronel Antonino é referência no atendimento de cinco municípios (Foto: Marcos Ermínio)
UPA do Bairro Coronel Antonino é referência no atendimento de cinco municípios (Foto: Marcos Ermínio)

O déficit de leitos em Campo Grande foi agravado pela política de saúde pública adotada pela gestão do ex-prefeito cassado Alcides Bernal (PP). A denúncia é do coordenador do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Eduardo Cury.

“O primeiro problema foi a a herança da gestão que passou. A gestão do Ivandro Fonseca e do Alcides Bernal foi desastrosa . Não fizeram pactuação com o hospital ou fizeram de forma que não atende as necessidades da saúde pública. O segundo foi a regionalização das UPAs [Unidades de Pronto Atendimento]”, diz.

Conforme ele, a nova modalidade de atendimento foi liberada em troca de verba federal, cujo valor “não satisfaz a nossa necessidade”. A medida entrou em vigor em dezembro do ano passado. “O paciente entra pela UPA sem controle nenhum. Começamos a ter número de casos graves incompatíveis com o número de leitos”, afirma. Até a noite do último domingo, eram cerca de 20 pessoas internadas nas UPAs.

A UPA 24h Dr. Walfrido Arruda (Coronel Antonino) virou referência para as cidades de Bandeirantes, Jaraguari, Figueirão, Paraíso das Águas e Chapadão do Sul.

A unidade Santa Mônica,construída na região da Vila Popular, será referência para os municípios de Terenos, Guia Lopes da Laguna e Bodoquena. A UPA das Moreninhas será referência para o município de Maracaju.

Compra – Com déficit de 800 leitos hospitalares, a rede municipal de Saúde abriu negociação na semana passada para compra de vagas em unidades particulares. “Os pacientes não podem permanecer tanto tempo nas UPAs, até porque não há estrutura, por exemplo, para fazer a higienização deles”, afirmou, em reunião na última quinta-feira, o titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Jamal Salém.

O aluguel de leitos foi discutida com a direção dos hospitais El Kadri, Clínica Campo Grande, Proncor e Pênfigo. O pagamento dos serviços terá como referência a tabela SUS (Sistema Único de Saúde).

Rodízio – “Só não faltou leito porque o nosso prefeito está sensível à questão”, afirma o coordenador do Samu, Eduardo Cury. Para ele, o essencial é concluir uma central de regulação para administrar as vagas já disponíveis.

Como a rede privada não dispõe de leitos para os casos mais graves, o Samu faz rodízio de pacientes entre os hospitais. Sobrecarregando, desta forma, uma estrutura de viatura já enxutas. “Na hora em que mais precisa, a rede pública não tem. Tem que trocar os pacientes, fazer manobras”, relata.

O ideal é ter 15 viaturas em circulação do Samu na Capital. No entanto, total chega a doze, que sofrem baixas durante o dia.

Limite – A situação reflete no HR (Hospital Regional Rosa Pedrossian), que opera na capacidade máxima. São 397 leitos, contando com o pronto-socorro. “Na sala vermelha, de urgência e emergência, tem quatro leitos, mas são sete pacientes. 75% acima da capacidade”, afirma o diretor do hospital, Rodrigo Aquino.

Segundo ele, a situação de lotação faz parte da realidade do HR. O diretor avalia que a estratégia de alugar leitos é importante. “Procurar resolver o problema é louvável. Atender dentro da capacidade garante qualidade para o paciente”.

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