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Capital

Campanha tenta conscientizar empresas para que notifique acidentes de trabalho

Objetivo também é alertar e orientar trabalhadores a investirem na proteção da saúde e segurança

Mirian Machado | 09/04/2022 11:07
Painel eletrônico em rodovia com mensagem sobre segurança no trabalho. (Divulgação)
Painel eletrônico em rodovia com mensagem sobre segurança no trabalho. (Divulgação)

Abril Verde, campanha do Ministério Público do Trabalho, com intuito de sensibilizar empregadores sobre a importância da emissão de CAT (Comunicações de Acidentes de Trabalho) e no Sinan (Sistema de Informações de Agravos de Notificação) acontece durante todo o mês.  Dados mostram que em 2021 foram registradas 63 mortes em Mato Grosso do Sul por acidente de trabalho.

Apesar do número ter aumentado 27 % em relação ao ano anterior (2020), quando foram registrados 46 óbitos, o número é menor do que a realidade. Isso acontece porque muitas empresas não notificam ao Sinan, segundo a procuradora do Trabalho do MPT-MS e coordenadora regional do Meio Ambiente de Trabalho.

A notificação do CAT ao Sinan é necessária para que o trabalhador acidentado ou vítima de alguma doença do trabalho receba amparo da Previdência Social, além de gerar estatísticas de acidentes de trabalho e coletar dados para controle epidemiológico.

O número de acidentes também cresceu 10%. Em 2021, foram 7.841 notificações contra 7.052 no ano anterior. Dados do MPT-MS mostram que os técnicos em enfermagem foi a profissão com mais registros de acidentes de trabalho no ano passado. A procuradora do Trabalho do MPT-MS e coordenadora regional do Meio Ambiente de Trabalho, Claudia Noriler, explica que os casos de covid, afastamento por doenças, e problemas psicológicos auxiliam nos altos números, além de ser a profissão que tem a consciência de avisar sobre os casos de acidentes.

Na sequência das profissões com mais casos de acidentes estão alimentador de linha de produção, que segundo a procuradora, é mais propicia a acidentes ambiente de trabalho com grande risco dos trabalhadores obter doenças de LER/DORT. “Falta ergonomia no ambiente de trabalho”, disse.

Depois ainda tem os faxineiros, que seguem na lista por ficarem expostos a produtos químicos o que faz com que aumentem os casos de doenças na pele. No caso dos trabalhadores agropecuários em geral, segue em quarto lugar pelo risco que funcionários correm principalmente nos silos por conta da altura. “Há um projeto, inclusive, de fiscalizações em silos”, disse Claudia.

Por fim, fechando o ranking dos que mais sofrem acidentes de trabalho há os motoristas de caminhão. Há vários fatores, mas principalmente o excesso de jornada, velocidade entre outros. Há uma preocupação também porque muito nem são registrados no trabalho então acaba que a empresa não notifica sobre os acidentes.

“É importante que o empregador faça gerenciamento de riscos para estudar medidas de proteção de cada trabalhador. Alguns trabalhos têm mais riscos que outros, mas todos tem um tipo de risco. O trabalhador deve ter a jornada respeitada. Na construção civil, por exemplo, deve-se usar capacete, luva, bota, cinto contra quedas. Deve ser oferecido pelo empregador equipamentos de proteção coletiva e individual. Uma morte que acontece é muito traumática para todos”, explicou.

Como parte da campanha para conscientização e sensibilização das empresas em notificar os casos, a BR-163 conta com orientação em painéis eletrônicos de informação sobre o investimento na proteção à saúde e à segurança assim como melhor percurso para evitar acidentes. São dizeres como “O trabalho seguro salva vidas”, “Prevenção é fundamental” e “Todos juntos pela saúde e segurança no trabalho” ilustram 18 painéis eletrônicos espalhados pelos 845 quilômetros da principal rodovia federal do estado.

Fachadas das três unidades do MPT/MS, Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Tribunal Regional do Trabalho e Prefeitura de Três Lagoas terão iluminação verde. Ônibus com mensagens relativas a campanha. Grupo de Trabalho também farão visitas em empresas, além de seminários.

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