Campo Grande registra segundo caso de raiva em morcego neste ano
Sesau divulgou série de recomendações para que população evite contato com animais infectados
Nesta segunda-feira (6), agentes do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) fazem ação de orientação contra a raiva, no Jardim Tijuca, em Campo Grande, bairro que registrou o segundo caso da doença em um morcego, neste ano. A confirmação foi feita em um animal que estava dentro de uma casa da região.
Em publicação no site oficial de notícias da prefeitura da Capital, a médica veterinária do Serviço de Controle da Raiva e outras Zoonoses do CCZ, Maria Aparecida Conche Cunha, explica que a vacinação já foi feita em janeiro e que a ação consistirá apenas na entrega de material informativo.
“Como tivemos uma ampla cobertura vacinal na região, iremos apenas reforçar as orientações aos moradores. Se eventualmente algum morador não tenha vacinado ainda o seu animal, ele poderá procurar diretamente o CCZ”.
O primeiro caso de morcego com a doença foi registrado no mês de fevereiro, no Jardim Centro-Oeste. Na ocasião, foi realizada ação de bloqueio, que consiste no trabalho de orientação e vacinação.
No ano passado, foram registrados dois casos. O último registro da doença em humanos foi em 1968 e em canino em 2011.
Doença - A raiva é uma doença fatal causada por vírus que atinge todos os mamíferos, inclusive o homem, e é transmitida via saliva ou tecidos do sistema nervoso de um infectado para outro mamífero. Geralmente, a transmissão acontece via mordedura, arranhadura ou lambedura.
Após ser mordido ou arranhado, o indivíduo deve lavar imediatamente o local com água e sabão e procurar uma unidade de saúde 24 horas - UPA (Unidade de Pronto Atendimento) ou CRS (Centro Regional de Saúde), para receber o tratamento profilático. Também é necessário guardar o endereço do animal agressor para posterior identificação e observá-lo por um dia.
“O fato do cão ou gato estar vacinado não dispensa o tratamento profilático da vítima e a observação do animal”, diz a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Conforme a Lei Complementar nº 392, de 2020, a vacina antirrábica é obrigatória. Todas as espécies de morcegos - hematófagos e não hematófagos - podem adquirir e transmitir doenças para o homem e outros mamíferos, como cães e gatos.
Todos os morcegos, independente de seu hábito alimentar, podem morder se forem perturbados. Se estiverem contaminados, podem transmitir a raiva. Desta forma, evite qualquer tipo de contato.
Se encontrar um morcego caído no chão, tente imobilizá-lo com uma caixa, balde ou bacia e o mantenha isolado dos animais da casa. Os morcegos têm hábitos noturnos e o fato de o animal estar voando ou caído durante o dia é um sinal de alerta.
“Com medidas simples é possível afastar estes animais sem comprometer a sua sobrevivência. Para que o morcego não entre em sua casa é importante vedar todos os vãos, frestas e aberturas com telas metálicas ou de nylon, espuma, isopor ou argamassa. A claridade também diminui a presença de morcegos.”
Os morcegos são protegidos pela Lei Federal nº 9605, de fevereiro de 1998, e sua eliminação indiscriminada é considerada um crime contra a natureza. Ou seja, matar morcegos é um crime ambiental.
Caso encontre um, caído em via pública ou dentro de casa, a pessoa deve entrar em contato com o CCZ para que seja realizado o recolhimento. O número para contato é o (67) 3313-5000 ou (67) 3313-5001.