Campo Grande tem média de 50 novos casos de HIV por mês, aponta hospital
Hospital-Dia recebeu mutirão nesta quarta-feira para testes rápidos. Resultados ficam entre 20 e 30 minutos
Bastam 20 a 30 minutos para saber o resultado que pode mudar uma vida. O Hospital-Dia, de Campo Grande, recebeu nesta quarta-feira (31) mutirão de teste rápido de HIV, sífilis e hepatites virais. De acordo com a unidade de saúde, a Capital registra média de 50 novos casos de HIV por mês.
São pelo menos 20 novos casos registrados na unidade especializada no tratamento e os outros 30 do Cedip (Centro de Doenças Infecto-parasitárias), da Secretaria Municipal de Saúde Pública.
No período da manhã cerca de 100 pessoas participaram de palestras e atividades educativas relativas ao Julho Amarelo. À tarde foram realizados exames gratuitos através de coletas rápidas. Em dois casos foram confirmados sífilis e outra pessoa teve o resultado positivo para HIV.
Segundo Vânia Silva dos Reis, chefe da Unidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias, a estrutura é montada para que o paciente já saia do hospital, em caso de resultado positivo, com todo o suporte psicológico. Assim que o paciente é chamado para saber o resultado, já recebe encaminhado para que no dia seguinte retorne ao hospital para atendimento com médicos e psicólogos e comece imediatamente o tratamento.
“Essa ajuda é para que a pessoa sofra menos e tenha suporte para enfrentar a doença. Não tem cura, porém tem tratamento”, diz.
Segundo ela, as pessoas evitavam procurar a unidade de saúde por vergonha ou preconceito, mas agora procuram por mais discussões e diálogos com profissionais. “[O atendimento] Está mais humano, mais claro”.
Todas as unidades de saúde de Campo Grande fazem a testagem para todas as doenças, porém, de acordo com a chefe da Unidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias, há proposta do Ministério da Saúde para expandir o tratamento para mais unidades, descentralizando do Hospital-Dia e do Cedip.
“Quanto mais rápido o diagnostico, menores as consequências. É muito mais fácil cuidar da doença no início do que quando faz ‘estrago’ no organismo”.
A especialista também cita que nos casos de hepatite B tem vacina e é possível se prevenir, porém a hepatite C não há vacina, mas tem cura. Estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 1,9 milhão de pessoas não sabem que estão infectadas. “A hepatite pode ser assintomática e quando se manifesta estará em quadro muito grave. Pode evoluir para cirrose”.
Entre os que decidiram ir ao hospital durante o mutirão está o aposentado Joaquim Barreto, de 70 anos. Ele disse que ficou sabendo por acaso. “Comigo não tem cerimônia, venho mesmo porque o mais importante é estar bem”. O idoso diz que se considera exemplo para “essa meninada. É importante, precisa ser feito. Sempre cuido da saúde, principalmente quando é de graça”, completa.