Candidato a vereador convoca “vanzeiros” para transporte na Capital
Serviço de transporte coletivo por vans só é autorizado para veículos cadastrados na Capital, mas não está funcionando ainda
Áudio que circula em grupos do WhatsApp mostra o candidato a vereador em Campo Grande e representante do transporte escolar rural, Renato Gomes (MDB) convocando os “vanzeiros” do interior para trabalhar na Capital. Além de irregular a exploração desse tipo de serviço por motoristas de outra cidade, o transporte coletivo feito por vans ainda não está em vigor na Capital.
Apesar de decreto que autoriza, a categoria ainda não começou a “rodar” pela plataforma de corridas. Segundo o presidente do Sinte-MS ( Sinte-MS (Sindicato dos Transportadores Escolares do Estado) Rodrigo Aranda Armoa, o processo é muito burocrático.
“A plataforma está pronta, os veículos estão prontos, mas as regras são muitas e ainda não conseguimos começar a rodar, amanhã temos uma nova reunião com a Agetran para discutirmos algumas medidas”, explicou.
Mesmo assim, Renato Gomes diz no áudio que gostaria de avisar "que aqui (Campo Grande) nós conseguimos um decreto que sexta-feira a gente começa a rodar com as vans e micro-ônibus, tipo lotação, cobrando R$ 4 no horário de pico e R$ 4,50 sem ser horário de pico”, diz trecho do áudio.
“Nós estamos com o decreto do prefeito do Marquinhos. E vamos rodar, é uma forma da gente defender um dinheiro aqui pelo aplicativo Rodar. Então gente quem tiver interesse de ter um micro-ônibus, ter van e querer vir para Campo Grande a gente tem vagas tá. Só entrar em contato comigo que a gente vai conversando”, completa o candidato na mensagem de quase 1 minuto.
No decreto publicado em setembro, a prefeitura de Campo Grande determinou que só poderiam trabalhar no transporte coletivo de passageiros durante a pandemia os veículos cadastrados na Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Informação inclusive confirmada hoje com o presidente do Sinte-MS.
"Os veículos precisam estar cadastrados na Agetran para trabalhar. Hoje, inclusive, temos 45 veículos entre vans e micro-ônibus para rodar já", disse Rodrigo.
Procurado pelo Campo Grande News, Renato admitiu desinformação sobre o assunto. Ele disse que mandou o áudio acreditando que veículos do interior poderiam trabalhar na Capital.
“A informação que tínhamos era que podia. Mas vamos ter uma reunião amanhã e se não puder não vamos fazer. Faço parte do transporte escolar rural e como está todo mundo desempregado a gente chamou, mas se a Agetran não autorizar, não vamos fazer não”, disse por telefone.