Capital é 2ª em estupros de adolescentes, diz IBGE
Números são da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar e vão ao encontro do que constatou o Anuário de Segurança
Campo Grande está entre as cinco capitais do Brasil com maior taxa de violência sexual contra adolescentes em idade escolar e é a segunda com maior incidência de estupro, ficando atrás apenas de Macapá (AP). Isso em relação ao ano de 2019.
Os números da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) vão de encontro ao que constatou o Anuário Brasileiro de Segurança Pública que colocou Mato Grosso do Sul como estado com maior incidência de estupros de vulnerável no Brasil.
Na ocasião, a a desembargadora Elizabete Anache, coordenadora de infância e juventude do Tribunal de Justiça ponderou que apesar dos tristes números, eles podem representar que o acompanhamento e intervenções do Estado em relação a esses casos tem sido, na verdade, mais efetiva que em outras localidades.
Conforme os dados do IBGE, referentes a 2019, 16% dos adolescentes que cursam o 9º ano do Ensino Fundamental em Campo Grande já foram tocados, manipulados, beijados ou tiveram seus corpos expostos contra sua vontade. Esse índice é o quinto maior do Brasil, atrás de Fortaleza (20,3%), Macapá (19,5%), Rio Branco (18,5%) e Natal (17,9%).
Dessas vítimas, 12,5% eram mulheres e 5,2% do sexo masculino e ainda, 10,3% estudavam em escola pública, contra 4% em escolas particulares.
Nos casos em que esses adolescentes foram obrigados a ter relação sexual contra sua vontade (estupro) através de ameaça ou intimidação, a porcentagem é de 9,2% dos entrevistados, ficando atrás de Macapá, cuja taxa foi de 12,4%.
Chama atenção a idade com que esses jovens sofreram o estupro, sendo a grande maioria (64,9%) antes dos 13 anos de idade. Outros 23,6% afirmaram terem sido estuprados aos 13 e 6% aos 14 anos.
Mais dados – O estudo tratou de outros temas como bullying, alimentação, atividade física, saúde sexual, imagem pessoal e uso de drogas lícitas e ilícitas, entre outros. Quanto ao uso de cigarro, 14,6% dos estudantes campo-grandenses ouvidos, disseram já ter fumado narguilé ou cigarro eletrônico. Com relação às drogas ilícitas, 19,3% disse já ter experimentado alguma, sendo 12,2% com uso frequente e 28,3% junto com os amigos.
Dos entrevistados, 27,4% disseram já ter se relacionado sexualmente por vontade, sendo 67,7% com preservativo. Entre as meninas, 30,7% disseram já ter recorrido ao uso da pílula do dia seguinte.
Mais detalhes do estudo podem ser obtidos aqui.