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Capital

Catadores saem descontentes com acordo e prometem novos bloqueios

Paulo Yafusso e Thiago de Souza | 22/03/2016 17:51
Catadores deixam a sede do MPT após reunião, dispostos a promover novos bloqueios de BRs (Foto: Fernando Antunes)
Catadores deixam a sede do MPT após reunião, dispostos a promover novos bloqueios de BRs (Foto: Fernando Antunes)

Mesmo com a definição de que a CG Solurb vai dobrar o número de bairros atendidos pela coleta de lixo reciclável, passando de 9 para 18 regiões atendidas, catadores não saíram da reunião no MPT (Ministério Público do Trabalho) satisfeitos. “Ficamos a ver navios, a solução agora é continuar fechando as BRs”, afirmou João Alves, um dos líderes do grupo, ao deixar o prédio, referindo-se às recentes manifestações do grupo na BR-262.

Pelo que ficou acertado entre a concessionária responsável pela coleta do lixo e a presidente da Ageret (Agência Municipal de Regulação), Rtiva Vieira, a Prefeitura vai pagar mais R$ 100 mil pela ampliação da coleta. A Solurb disse que em três semanas coloca os caminhões para percorrerem mais 9 bairros.

Ritva Vieira assinalou, porém, que foi autorizado o pagamento, mas ainda não foi definido o cronograma de pagamento. Por isso, os catadores estão desconfiados com relação ao cumprimento do que foi acordado.

Outra questão levantada pelos trabalhadores, é que mesmo com a coleta sendo feita em mais 9 bairros, a quantidade recolhida não deverá atender a demanda da Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos (UTR). Segundo Eliane de Souza, que mora no bairro Dom Antonio, quando os 80 catadores foram para a Usina após a proibição de entrada no lixão, em apenas 3 dias eles fizeram a separação do material que havia sido deixado como “reserva” nos últimos 6 meses.

Comentaram ainda, que a coleta de lixo reciclável é feito por 4 caminhões, e os catadores levam em média 35 minutos para selecionar os produtos trazidos para a Usina. Ao deixarem a reunião, eles afirmaram que se o problema não for resolvido, voltarão a promover bloqueio de rodovias.

Durante a reunião no MPT, os cerca de 40 catadores presentes fizeram várias reclamações. Afirmaram que não recebem equipamentos de segurança, que eles mesmo fazem a manutenção da UTR e que a cesta básica de alimento entregue pela Prefeitura é de péssima qualidade, que nem os animais comem. Ritva Vieira se comprometeu a trocar o fornecedor e disse que já foi aberto procedimento administrativo para apurar as responsabilidades pelo problema.

Nesta quarta-feira, será realizada reunião às 9h no Ministério Público Estadual (MPE), na Promotoria do Meio Ambiente, já que a problemática envolvendo a presença dos catadores no lixão está relacionada também a questão ambiental. Devem participar desse encontro uma comissão dos trabalhadores, Ritva Vieira, o procurador-geral da Prefeitura, Denir Nantes, e o representante da Solurb. O procurador do Trabalho, Paulo Douglas, também deve estar presente.

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