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Capital

Centro infantil cai no gosto popular, o que compromete planos de fechar local

Ricardo Campos Jr. | 13/09/2015 10:37
PAI funciona no antigo hospital Sírio Libanês (Foto: Marcos Ermínio / arquivo)
PAI funciona no antigo hospital Sírio Libanês (Foto: Marcos Ermínio / arquivo)
Glaucele aprova o PAI e prefere que ele continue aberto (Foto: Silas Lima)
Glaucele aprova o PAI e prefere que ele continue aberto (Foto: Silas Lima)

Se depender da população campo-grandense, o PAI (Pronto Atendimento Infantil) continuará funcionando mesmo com todas as polêmicas e irregularidades envolvendo a unidade, instalada na Avenida Afonso Pena. Ao reassumir a secretaria de Saúde, Ivandro Fonseca cogitou interromper as atividades no local, tendo em vista a falta de alvarás e aprovação do Conselho Municipal de Saúde, mas garante que levará o clamor público em conta antes de tomar a decisão final.

“Eu acho que não deveria fechar. Nós somos tão bem atendidos aqui, as pessoas todas são bem legais”, diz a passadeira Lucimar de Oliveira Jesus, que esteve na unidade em busca de atendimento para o filho nesta sexta-feira (11).

O mesmo diz a cabeleireira Jaqueline Nagata, 37 anos. “Acho que não deveria fechar. Depois que abriu aqui ficou melhor para todo mundo. Trouxe meu filho aqui várias vezes e fui super bem atendida”, opina. Para ela, o fato de o hospital ficar no centro da cidade é vantagem, já que para quem não tem carro, é mais fácil pegar ônibus para ir ao local do que nos postos dos bairros.

“É muito melhor aqui com certeza do que nas UPAs e postos de saúde. É muito mais rápido, os profissionais são muito competentes”, afirma.

Para a dona de casa Glauceli Souza de Oliveira, 37 anos, “é um absurdo” fechar o PAI. “A Saúde [na Capital] já não é aquela coisa e a única segurança que as crianças têm é aqui”, relata. A qualidade do atendimento, os diversos serviços e as várias especialidades disponíveis no local são o diferencial.

“Aqui é melhor. A gente já sabe onde encontrar atendimento. Já tem tudo. Para que mudar? Eu gosto daqui, porque é um porto seguro”, opina.

Mudar para melhor - O Conselho de Saúde vinha travando um embate com a prefeitura desde que o local foi aberto sem consulta ao órgão. Além disso, falta de alguns documentos inviabilizam o recebimento de verbas do SUS para o funcionamento, fazendo com que o município use dinheiro do tesouro para manter o centro aberto.

“O que nós propusemos é que o mesmo atendimento feito no PAI seja realizado nas quatro UPAs, garantindo essa acolhida na pediatria. Em vez de ter no centro, ter nos bairros”, explica Sebastião Junior, integrante da mesa diretora do conselho.

Segundo ele, as Unidades de Pronto Atendimento dispõem de estrutura para atender as crianças com a mesma qualidade que o centro, mas as potencialidades ainda não estão sendo exploradas. O órgão se dispôs a ajudar a prefeitura a implantar esse atendimento na periferia

“O segredo é a humanização. É você ter realmente uma acolhida diferente para a criança que chega à UPA e não na forma como é feito hoje, em que as crianças ficam junto com os adultos para as classificações de risco. Com essa acolhida, ela vai para um ambulatório da pediatria, onde haverá toda a equipe multidisciplinar que tem no PAI”, pontua.

Possibilidades - Para o secretário de Saúde, a centralização do atendimento, além de contrariar as normas do SUS, “sacrifica as mães que precisam se deslocar (muitas vezes de ônibus) de bairros distantes onde moram para o filho ser atendido no centro da cidade, quando há unidades perto da sua casa”.

Antes de levar sua posição ao prefeito Alcides Bernal, Fonseca vai buscar o parecer da Procuradoria Geral do Município, terá um levantamento detalhado do custo de manutenção da unidade, além de encaminhar também as manifestações do Conselho Municipal de Saúde e do Ministério Público.

"O Centro foi criado sem que houvesse previsão orçamentária. Não teve o aval da Vigilância Sanitária”, pontua o secretário, que garante ter havido a transferência de pessoal e equipamentos das unidades regionais e UPAS para garantir seu funcionamento. “Foram desativados serviços, inclusive leitos de observação”, comenta.

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