Cirurgias na Santa Casa continuam lentas e paciente espera há 6 dias para operar
Maior hospital do Estado enfrenta dificuldades operacionais provocadas por uma crise financeira
Mesmo após o anúncio de repasses emergenciais da Prefeitura de Campo Grande e do Governo de Mato Grosso do Sul, as cirurgias eletivas na Santa Casa seguem em ritmo lento. Pacientes com fraturas aguardam por dias para serem operados, enquanto o hospital enfrenta dificuldades operacionais provocadas por uma crise financeira que se arrasta há anos, mas tem se agravado desde o início de 2025.
RESUMO
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Pacientes com fraturas na Santa Casa de Campo Grande enfrentam longas esperas por cirurgias, mesmo após repasses emergenciais da Prefeitura e do Governo Estadual. A vendedora Brenda Leite, internada há seis dias com o braço quebrado após um acidente de carro, aguarda pela cirurgia e relata falta de atendimento médico adequado. Ela afirma que a justificativa do hospital é a priorização de casos mais graves. A situação de Brenda não é isolada. Outros pacientes também denunciaram a demora por procedimentos cirúrgicos. A Santa Casa admite a suspensão de atendimentos eletivos e ambulatoriais devido a atrasos em pagamentos de equipes médicas de diversas especialidades, incluindo ortopedia. Apesar da confirmação dos repasses e da comunicação aos médicos, a normalização dos atendimentos ainda não ocorreu.
É o caso da vendedora Brenda Leite, de 26 anos. Ela está internada há seis dias, desde o último domingo (20), quando sofreu um acidente de carro no bairro Tarumã. A caminhonete em que estava colidiu com um muro, e ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros, que a levou para a Santa Casa.
Com o braço direito quebrado logo abaixo do ombro, Brenda teve a fratura confirmada, recebeu imobilização e foi informada de que seria operada. Desde então, aguarda. “Pelo jeito, tão cedo não vou conseguir. Me mandam ficar de dieta esperando a cirurgia e daí cancelam. Tô com medo de ficar torta”, desabafa.
Ela afirma que a mão chegou a ficar inchada e roxa, e reclama da falta de atendimento. “O médico não passa nem pra ver. Maqueiam por cima, não quero que falem que vai dar certo e continuem sem fazer nada.”
Brenda também relata que precisou deixar a filha autista sob os cuidados da mãe, que teve que parar de trabalhar para dar conta da situação. “As pessoas aqui dizem que não adianta reclamar. Ouvi dizer que o problema é falta de material para fazer a cirurgia”, conta.
A justificativa que ouviu no hospital é de que os casos mais graves, com fraturas expostas, estão recebendo prioridade. A própria paciente reconhece que há pessoas em situação crítica, mas questiona a demora sem retorno claro. A reportagem procurou a assessoria de imprensa, mas por conta de ser fim de semana, não teve resposta. Também acionamos o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente), que avisou que faria o acolhimento de Brenda.
Este não é um caso isolado. Outra paciente, Andriely Deyse de Souza Borges, também procurou o Campo Grande News após esperar três dias pela cirurgia ortopédica. Ela só foi operada após fazer a denuncia da demora. O setor de ortopedia, onde estava internada, chegou a ser fechado no mês passado devido à falta de recursos.
Em nota enviada no último dia 16 de abril, a Santa Casa reconheceu o problema e afirmou que a suspensão dos atendimentos eletivos e ambulatoriais continua devido ao atraso no pagamento de equipes médicas de especialidades como ortopedia, urologia, transplante de rins e cirurgia cardíaca.
A direção técnica do hospital confirmou que os repasses municipais já foram feitos e que os médicos foram comunicados. Segundo a instituição, a distribuição dos valores está sendo feita e, com isso, os atendimentos devem ser retomados gradualmente.
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