Clima é de espanto entre vizinhos de pai que matou bebê afogado
Alguns só ficaram sabendo o que tinha ocorrido quando uma viatura da polícia chegou ao local e começou a fazer perguntas
Os vizinhos ainda não conseguem acreditar que Evaldo Christyan Dias Zenteno, de 21 anos, matou o filho de dois anos para se vingar da ex-mulher. O crime aconteceu na tarde de ontem (19) em uma residência nos fundos da Rua da Divisão, já no bairro Guanandi II.
Conforme os relatos, a família morava naquela casa há pouco mais de um mês. O menino Miguel Henrique dos Santos Zenteno, de apenas 2 anos, era visto esporadicamente, mas sempre brincando e feliz ao lado do “papai”, como chamava Evaldo. Quem conta é Aparecida Alves, de 50 anos, que trabalha em uma academia ao lado da casa onde ocorreu o crime.
“Ele tratava a criança bem, pegava no colo, abraçava. A gente via ele [Miguel] correndo quando o pai chegava e chamando ‘papai, papai’. Por isso a gente fica surpreso”, comentou. “Não dá para acreditar”.
Há uma vila de casas ao lado de onde o menino foi morto, mas ninguém percebeu nada. Ela acredita que Evaldo tenha colocado a garagem dentro da varanda para colocar o filho no veículo sem ninguém perceber. Ainda segundo ela, o menino era calmo. Ninguém o ouvia chorando ou brigando.
Aparecida lembra ainda de ter visto o menino brincando horas antes com uma bola na varanda de casa. Ele até chegou a jogar para um pedreiro que estava trabalhando nas redondezas.
Quando soube do assassinato do garoto, Aparecida pensou que o crime tivesse ocorrido durante um ataque de fúria do pai e ficou ainda mais decepcionada ao compreender que se tratou de algo planejado.
Genival Bezerra, de 50 anos, também mora na vizinhança e só ficou sabendo do caso pela imprensa e também porque uma viatura policial foi até lá durante à tarde e fez alguns questionamentos. Ele disse ter ficado muito comovido especialmente porque é avô de uma menina, de 1 ano e 7 meses.
“Fazer isso é inaceitável. É uma criança, um anjo. Nada justifica”, declarou ele, afirmando que este crime não sai da cabeça dele. Ele ainda lamentou a situação do pai. “Tão jovem e acabou com a vida dele”, finalizou.
Os vizinhos viram a mãe do criminoso em estado de choque horas depois do crime. Ela chegou ao local chorando, não conversou com ninguém e foi embora.
O velório de Miguel está ocorrendo na capela Pax Vida, em Aquidauana. O sepultamento será às 17h no Cemitério Municipal de Aquidauana.