Com 30ºC às 7h, campo-grandense fica à base de tereré e foge do sol
As altas temperaturas que castigam Campo Grande desde o início do verão pedem alternativas para driblar o calor. A palavra de ordem é muito líquido (por aqui, o tereré, é claro), sombra e roupas leves.
Hoje, por exemplo, mal o sol tinha nascido e às 7 horas da manhã os termômetros marcavam 27°C, com sensação térmica de 29°C. A máxima pode chegar a 32°C.
A varredora Lucíria Goulart, 48 anos, trabalha nas ruas da Capital debaixo de sol e afirma nunca ter passado tanto calor. “Está quente demais. A gente fica na base da água para poder driblar, coloco camisa de manga comprida para proteger a pele, mas, as vezes, tenho que erguer porque não dá para suportar o calorão”, conta.
A onda de calor afeta até os artistas de rua. O palhaço Putuco, como gosta de ser identificado, 31 anos, precisa improvisar para retocar a maquiagem ao longo do dia. O suor é tanto que a pintura do rosto escorre e sai mais rápido do que em dias de temperaturas normais. “Quando não tá calor dura o dia inteiro, dá para chegar de manhã e voltar para casa intacto. Esses dias tem durado 4, 5 horas, e preciso refazer”, explica.
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Bom para quem ganha a vida vendendo o produto mais procurado: a água. A vendedora Elza da Silva, 52 anos, coloca o isopor com bebidas ao lado do carrinho de pipoca e, disparado, a água é a mais pedida. “Está quente demais, o pessoal chega aqui reclamando do calor e bebe água como se estivesse no céu”, brinca.
Mas, para quem está acostumado com calor o ano todo, o tempo em Campo Grande não assusta nem incomoda. De férias na cidade, o estudante cuiabano Leonardo Kian, 19 anos, está achando os dias na cidade “uma maravilha”. “Aqui pelo menos venta”, comenta.
O mesmo pensa o aposentado Hélio Avalo, 65 anos. “Campo Grande tem o melhor clima brasileiro”, opina, com a propriedade de quem já morou em diversos estados como Espírito Santo, Paraná e Rios Grande do Sul. “Pior é no Rio que está fazendo 50°. Aqui é bom demais”, acrescenta, jogando dominó embaixo da sombra das árvores da praça Ary Coelho, para fugir do sol forte.
“Se fosse um pouco mais coberto ficaria excelente”, observa o catarinense Alexandre Tambori, 84 anos, que há 29 anos virou e campograndense e acredita que o clima não tem sido um problema, porque “não tem quem não se acostume com o calor ao mudar para cá”.