Com casa de mutirão danificada, família é obrigada a voltar para barraco
No Vespasiano Martins, a chuva do fim de semana repercute até agora na rotina dos moradores
Depois de pouco mais de cinquenta dias de casa nova, moradores do Vespasiano Martins ficaram sem parte do telhado por conta do temporal de sábado (20). Em quatro casas, a cumieira das telhas voou com o vento e, por conta do transtorno, uma família teve até de voltar a morar no barraco, nos fundos do terreno.
"Na hora que o vento começou, ficamos muito assustados e começamos a tirar tudo para colocar no barraco e, por isso, não tivemos prejuízo, mas a casa ficou toda molhada", conta Pedro Gabilão, 24 anos, que mora com mulher e os dois filhos no bairro. Pedro foi um dos contemplados com as casas construídas em esquema de mutirão e entregues pela prefeitura no dia 1º de julho.
"Meu barraco é mais seguro do que essa casa de alvenaria, que é bonita por fora, mas uma decepção por dentro, do contra-piso ao teto", complementa Livia Vitória, 23, mulher de Pedro.
A jovem família não foi a única a tomar um susto. "Estávamos na sala vendo TV quando o vento começou e colocamos os móveis no canto, assim só molhou a parede, mas se a chuva tivesse continuado seria um sufoco", relata Ângela Lemos, 45. Na casa dela, oito "capas", como são chamadas as cumieiras, foram arrancadas e só uma restou.
Segundo moradores que participaram do mutirão e não quiseram se identificar, o problema aconteceu porque os parafusos que seguravam as capas no telhado eram menores do que o necessário.
E os problemas de infraestrutura vão além do telhado, já que as casas não têm acabamento interno, como forro e reboco. "A casa não é de graça, vou pagar por isso, então quero que seja algo de qualidade", desabafou Pedro.
"Tenho uma neném de seis meses e estava com ela na cama quando a chuva começou. Com a ventania, começaram a cair pedaços de tijolo de parede e quase acertou o bebê", conta Rosângela Ximenes, 30, dona de casa que tem mais dois filhos e está preocupada pelas crianças. "Tenho medo porque continuam caindo coisas".
Os moradores esperam auxílio e posicionamento da construtora responsável pelas casas, que tem 46m² e dois quartos. A Prefeitura afirmou em nota que está ciente da situação e já cobrou que a ONG (Organização Não Governamental) responsável pela construção realize os reparos necessários.
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