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Capital

Com chuva e frio, preocupação com contágio é maior pelas ruas na cidade

Com chegada de frente fria, guarda-chuva e máscara são os acessórios do dia

Anahi Zurutuza e Clayton Neves | 06/05/2020 09:44
João e Cleonice dividem o guarda-chuva e não abrem mão da máscara; o pedreiro diz ainda ter dúvida sobre os efeitos da mudança de tempo para a pandemia, mas diz que a incerteza só faz aumentar o medo (Foto: Henrique Kawaminami)
João e Cleonice dividem o guarda-chuva e não abrem mão da máscara; o pedreiro diz ainda ter dúvida sobre os efeitos da mudança de tempo para a pandemia, mas diz que a incerteza só faz aumentar o medo (Foto: Henrique Kawaminami)

Ônibus com janelas fechadas e roupas molhadas. Com a chegada da primeira frente fria em tempos de pandemia, o medo de contrair o novo coronavírus aumenta nas ruas de Campo Grande.

Quem se lembrou que usar o transporte coletivo fica mais arriscado foi a vendedora Adna Silva, de 20 anos. “Vim com as janelas fechadas e o ônibus cheio de gente. Acho que com o frio a probabilidade de disseminar é muito maior”.

A preocupação da trabalhadora é também levar o vírus para casa. O marido está trabalhando em home office, mas ela continua saindo todos os dias para cumprir a carga horária. Por isso, não abre mão da máscara. “A gente tem que se cuidar fazer a parte da gente, porque às vezes a gente nem sabe que tem [o vírus] e passa para quem está se cuidando”.

A auxiliar de produção Luciana Oliveira, de 33 anos, veio de Sidrolândia para resolver alguns problemas em Campo Grande. Ela também investiu na máscara. “Não sou de Campo Grande e como aqui está mais complicado, preciso me proteger”.

Luciana diz ter dificuldade de manter o filho em casa, o que só aumenta a preocupação (Foto: Henrique Kawaminami)
Luciana diz ter dificuldade de manter o filho em casa, o que só aumenta a preocupação (Foto: Henrique Kawaminami)

Luciana diz temer mais pelo filho, de 13 anos, com a chegada do frio. “Adolescente é igual idoso, não quer parar em casa”.

O pedreiro João Rodrigues, 53 anos, não acredita que necessariamente a mudança de temperatura tenha alguma influência, mas diz que a incerteza só aumenta a asiedade em relação ao destino da pandemia. “Lá no Amazonas a coisa está feia e faz mais de 40ºC”.

A esposa, Cleonice do Nascimento, de 49 anos, é portadora de doença crônica e, portanto, faz parte do chamado grupo de risco. “A gente não deve relaxar porque o caso é sério”.

Riscos - A aproximação com a estação mais fria do ano, é sim um fator de risco, dizem autoridades em Saúde. O inverno só chega no dia 21 de junho, mas até lá, as frentes frias serão mais recorrentes, conforme previsões meteorológicas.

Se por um lado, o frio faz a pessoas ficarem em casa, por outro, é o período que traz também a incidência mais alta de circulação de vírus respiratórios - como o que causa a covid-19.

Na semana passada, a secretária-adjunta de Estado de Saúde, Crhistinne Maymone, fez o alerta.

"Ainda não entramos no período de inverno, quando temos mais circulação de outros vírus respiratórios e as pessoas tem sua imunidade mais baixa. Nós não podemos vacilar. Normalmente temos uma circulação mais expressiva dos vírus respiratórios que acometem a SARS [Síndrome Respiratória Aguda Grave, na sigla em inglês]”.

Previsão - O dia amanheceu chuvoso hoje, chuva que abre o caminho para a queda de temperatura. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu alerta de declínio maior do que 5ºC para os 79 municípios de Mato Grosso do Sul.

Guarda-chuva e máscara são os acessórios do dia (Foto: Henrique Kawaminami)
Guarda-chuva e máscara são os acessórios do dia (Foto: Henrique Kawaminami)


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