Com colchão novo, Fahd Jamil deve dormir em cela do Garras pelos próximos dias
Defesa entrou com pedido de prisão domiciliar, mas Gaeco será ouvido antes de decisão de magistrado
A defesa de Fahd Jamil, que se apresentou nesta segunda-feira (19) à Polícia Civil de depois de 10 meses foragido, já entrou com pedido de prisão domiciliar para ele. A alegação principal é de que o “Rei da Fronteira”, de 79 anos, tem problemas de saúde e não tem condições de ficar no cárcere.
Como essa decisão não sai de imediato, “Fuad” dorme essa noite no Garras. No fim da tarde, entregador chegou com um colchão, segundo ele, endereçado a Fahd Jamil.
A delegacia costuma receber presos por poucos dias. São duas celas. Segundo o Campo Grande News apurou, os detentos dormem em colchões no chão.
As características levantadas pela reportagem indicam que as celas são "simples", sem ar condicionado e sem banheiro. Os presos usam o chamado "boi", um sanitário rente ao piso.
Quando sair a decisão de transferir o preso, não se sabe para qual lugar será levado o patriarca da família Georges. Existe toda uma preocupação com a segurança dele, e também de quem trabalhará na custódia. Além de ser considerado chefe de uma organização criminosa armada e perigosa, existem informações de ameaças vindas do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Não há informação se haverá solicitação, por exemplo, de vaga no sistema prisional federal, que tem unidade em Campo Grande.
Pedido feito - A reportagem apurou que o juiz da 1ª Vara Criminal, Roberto Ferreira Filho, é quem vai apreciar a solicitação. Antes de decidir, vai ouvir o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), representado nesse processo pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).
Vindo de São Paulo para companhar Fahd Jamil em sua entrega às autoridades, o advogado Gustavo Badoró acredita que uma decisão ainda leve alguns dias. “Com otimismo, nesta semana ainda”, afirmou.
Badaró levou nesta tarde produtos para “Fuad”, entre eles um aparelho de suporte de oxigênio. Segundo ele, o idoso sofre de problemas pulmonares, derivados de um câncer já tratado. “Ele tem apenas um pulmão, com capacidade de 30%”, disse Badaró.
Negociada há algum tempo já, a apresentação de Fahd Jamil faz parte de estratégia de defesa na tentativa de uma prisão domiciliar.
Já houve tentativas nesse sentido na Justiça, sem êxito.
Fahd Jamil, empresário influente na fronteira, do lado do Brasil e do lado do Paraguai, é réu por crimes de organização criminosa, milícia armada, tráfico de armas, homicídio e ainda corrupção de agentes públicos.
(Matéria editada às 17h59 para acréscimo de foto e informação)