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Capital

Médico do Imol rompe rotina e vai ao Garras para exame obrigatório em "Fuad"

Normalmente o preso é levado para o Imol, mas dessa vez, providência foi considerada arriscada

Marta Ferreira e Jhefferson Gamarra | 19/04/2021 14:55
Movimentação de viaturas na sede do Garras, onde Fuad Jamil está preso. (Foto: Paulo Francis)
Movimentação de viaturas na sede do Garras, onde Fuad Jamil está preso. (Foto: Paulo Francis)

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul abriu hoje exceção e em vez de Fahd Jamil, o “Rei da Fronteira”, ser levado até o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal, o médico perito foi até ele para o exame de corpo de delito, providência obrigatória em qualquer detenção. Agora, “Fuad”, de 79 anos, vai ficar no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) por enquanto.

 O delegado titular do Garras, Fabio Peró, em rápida conversa com os jornalistas, explicou que dois fatores determinaram o tratamento diferenciado, o risco de transportar o preso até o Imol, por ser considerado chefe de milícia perigosa e estar sob ameaça da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), e ainda o fato de o instituto onde são feitos os exames ser mais movimentado às segundas-feiras, em razão dos trabalhadores acumulados do fim de semana.

Foi quebrada a rotina", disse o delegado, ao explicar as razões. Peró assegurou que a delegacia tem segurança para manter a custódia de Fahd Jamil.

Na unidade, costumam ficar presos perigosos como assaltantes de bancos, até ser definido o local de cumprimento de prisões preventivas.

A reportagem buscou informações junto ao diretor do Imol, Silvio Lemos, sobre o exame de corpo de delito e ele disse que por questões de segurança não poderia se manifestar a respeito.

Prisão em casa- A defesa de Fuad está tentando judicialmente a prisão domiciliar, como afirmou hoje cedo o advogado Gustavo Badoró, que veio de São Paulo para a apresentação de Fahad. A alegação é de saúde frágil, com necessidade de tratamentos não disponíveis no sistema prisional.

Mesmo sendo em cumprimento de mandado de prisão, o preso vai passar por audiência de custódia, onde o juiz verifica se correu tudo dentro da lei e pode, até, atender a solicitação dos defensores.

Fahd Jamil é alvo de três ações criminais, derivadas da operação Omertà, por organização criminosa, formação de milicia armada, corrupção e homicídio qualificado.

Até esta segunda-feira, o empresário  - cujo nome é ligado a ações criminosas há décadas, mas só tinha sido preso uma vez na década de 1980, no Paraná, estava como foragido. A ordem de prisão contra ele já drava 10 meses.

Movimentação das equipes policiais no Aeroporto Santa Maria, onde Fahd Jamil se entregou. (Foto: Henrique Kawaminami)
Movimentação das equipes policiais no Aeroporto Santa Maria, onde Fahd Jamil se entregou. (Foto: Henrique Kawaminami)

Em avião frestado por ele, Fuad chegou de manhã, por volta das 9h30, no aeroporto auxiliar Santa Maria, em Campo Grande. De lá, sob forte esquema de segurança, foi levado direto para o Garras.

O filho dele, Flavio Correa Jamil Georges, 38 anos, segue desaparecido, também com ordem de prisão ativa.

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