Com dor de perder esposa e filho de 2 anos, homem alerta para suicídio
“Minha esposa tinha uma vida boa, era médica. Não tínhamos problemas, mas, infelizmente, acabou acontecendo”, diz
Com lágrimas por dois suicídios, quando no dia 10 de dezembro do ano passado se viu sem esposa e filho, o assessor parlamentar José Roberto Gomes venceu o tabu do tema e fez um alerta sobre a prevenção na tribuna da Câmara Municipal. O mês do Setembro Amarelo é dedicado à prevenção do suicídio.
“Já que eu não posso fazer mais nada sobre a Valquíria e o João Roberto quero tentar ajuda os outros, contribuir. Mostrar que existe tratamento e pessoas querendo ajudar”, conta José, que é assessor parlamentar e foi convidado pela vereadora Cida Amaral (Podemos).
A médica Valquíria Feitosa Patrício Gomes, 31 anos, e o filho João Roberto, 2 anos, foram encontrados mortos numa noite de sábado, na casa em que moravam, no bairro Itanhangá Park, em Campo Grande.
Na carta de despedida, lida por José Roberto durante a sessão desta quinta-feira (dia 14) na Câmara Municipal, ela relatou ter uma doença e que temia a evolução do problema. No depoimento, marcado por voz embargada e momentos para retomar o fôlego, ele contou que a esposa ocultou a doença.
“Minha esposa tinha uma vida boa, era médica. Não tínhamos problemas, mas, infelizmente, acabou acontecendo”, diz. Hoje, ele se vale da palavra para levar esperança.
“No meu caso, a superação é diária. O tempo parece não passar, é como se tudo tivesse acontecido ontem. Mas quero mostrar para as pessoas que existe ajuda, que, independente do problema, o sol volta a brilhar. Sejamos sensíveis para que as pessoas tenham confiança em falar de seus problemas”, afirma.
O vereador Júnior Longo (PSDB) destaca que apesar do tabu de que falar sobre o tema pode incentivar novos casos, o número de suicídios crescem. “O grande desafio hoje é a superação. Muito importante esse tipo de depoimento”, diz.
Segundo o presidente da Câmara, vereador João Rocha (PSDB), a intenção é fazer simpósios com especialistas no tema.