Com faixas e nariz de palhaço, servidores protestam contra corte de plantões
Munidos com cartazes, faixas e nariz de palhaço, cerca de 450 servidores, entre administrativos, enfermeiros, técnicos e médicos que atuam na rede pública de saúde do município, lotam a Câmara de Vereadores de Campo Grande, neste exato momento, para acompanhar Audiência Pública que discute a eventual redução dos plantões destes profissionais.
Segundo Sonia Maria Ferreira dos Santos, presidente da Associação dos Enfermeiros de Campo Grande, a categoria tem uma jornada de 40 horas semanais e os plantões representam pelo menos 50% dos ganhos mensais dos servidores. Com o corte, o profissional que antes tinha direito a 14 plantões agora só poderá assumir dez por mês.
Já o presidente do sindicato dos trabalhadores de enfermagem e técnicos de enfermagem do município, Hederson Fritz Morais, acredita que o corte nos plantões irá acarretar em sobrecarga para o servidor, tendo em vista que a demanda é crescente.
A coordenadora do fórum estadual de saúde, Silmara Teixeira, ressalta que, infelizmente, os plantões representam “boa parte” dos salários dos servidores, além disso, são necessários para suprir o deficit existente na saúde.
Situação que preocupa a servidora administrativa, Elizandra Raspide, 33 anos. Ela diz que os plantões são feitos para suprir um deficit de mais de 20% no número de servidores concursados, além de representar cerca de 80% do rendimento final dos profissionais, que assim como ela, precisam dos plantões para ganhar um salário "digno".
“O administrativo ganha R$ 963 por mês. Sem os plantões como vamos viver somente com esse salário. Podíamos fazer de quatro a cinco plantões de 12 horas, e se cortar vamos ficar como. Além disso, vai impactar diretamente no atendimento as pessoas”, completou.
O secretário municipal de administração Wilson do Prado alega que o que será feito é um remanejamento nos plantões, e não simplesmente um corte.
“Identificamos que em alguns lugares necessita de menos servidores e estamos remanejando para outros lugares onde a demanda é maior. Assim, nesses locais onde identificamos a não necessidade dos servidores reduzimos. No entanto estamos aqui para chegarmos ao denominador comum que seja bom para todos”, ponderou.