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Capital

Com falta até de comida em abrigos, conselheiros tutelares ameaçam greve

Viviane Oliveira | 24/06/2013 17:45
Conselheiros reclamam de carro com banco quebrado, pneus carecas e sem freio, mas que continua circulando. (Foto: Viviane Oliveira)
Conselheiros reclamam de carro com banco quebrado, pneus carecas e sem freio, mas que continua circulando. (Foto: Viviane Oliveira)

Por falta de condições de trabalho, os 15 conselheiros distribuídos em três Conselhos Tutelares de Campo Grande, ameaçam greve. Os funcionários reclamam que falta desde um transporte adequado até comida para as crianças acolhidas sob medida de proteção.

O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira no Conselho Tutelar do Centro.

De acordo com a conselheira Cassandra Szuberski, que atua no Conselho Tutelar Sul, diariamente os profissionais tem enfrentado o descaso do município com a falta de estrutura. Segundo ela, tem conselho que trabalha sem psicóloga, assistente social e faltam conselheiros suplentes para substituir funcionário que ficou doente ou entrou de férias.

Conforme os funcionários, cada conselho tem apenas um carro para atender as denúncias e na maioria das vezes circulam totalmente sem condições de uso. “Isso quando tem carro para atender uma denúncia. Esses dias a psicóloga teve que ir deitada no carro, porque o banco estava quebrado”, reclama Cassandra, dizendo que tem veículo que se quer tem cadeirinha para transportar criança.

Além disso, os conselheiros reclamam que falta delegacia 24h especializada ao atendimento de criança e adolescente, alimentação e vaga no abrigo SOS criança. “Lá a estrutura é para atender 20 crianças, pois tem dia que tem 47”, diz uma conselheira.

Conselheiros reclamam de estrutura durante coletiva de imprensa nesta tarde. (Foto: Viviane Oliveira)
Conselheiros reclamam de estrutura durante coletiva de imprensa nesta tarde. (Foto: Viviane Oliveira)

Os funcionários reclamam ainda que em janeiro deste ano a única casa especializada em abrigar adolescentes que estão em conflito com a lei fechou. "Não tem lugar especifico para abrigar adolescente que, por exemplo, é apreendido no fim de semana, já que ele não pode ficar em celas de delegacia. O único jeito é levar para os abrigos onde são atendidas as crianças em situação de risco”.

Ainda segundo Cassandra, em março desde ano o prefeito tomou conhecimento da situação e deu prazo de três meses para resolver. “Porém até agora nada foi feito e o problema que persiste está piorando”, afirma.

O Conselho Tutelar Sul, que atende em média de 30 a 40 famílias por dia, já registrou até o dia 18 deste mês 3.200 casos relacionados à violência contra criança e adolescente. “Sem contar os atendimentos do Conselho Tutelar da região Norte e Sul, no entanto nós não temos condições de manter um bom trabalho sem estrutura”.

Sem resolver estas questões, os funcionários dizem que serão obrigados a organizar uma paralisação. “Queremos exercer o nosso papel com qualidade e continuar assegurando o direito de crianças e adolescentes que são violados”, finaliza Cassandra.

Em nota de repúdio os funcionários denunciam a falta alimentos e de vagas em Ceinfs (Centro de Educação Infantil), falta de condições adequadas para acomodação das crianças acolhidas sob medida de proteção, falta de abrigo de acolhimento do adolescente em conflito com a lei.

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