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Capital

Com salários atrasados, médicos vão reduzir atendimento em maternidade

Paralisação parcial no atendimento deve começar a partir da próxima sexta-feira (20)

Adriano Fernandes | 16/12/2019 22:38
Fachada da maternidade na Marechal Candido Mariano Rondon, no Centro. (Foto: Paulo Francis)
Fachada da maternidade na Marechal Candido Mariano Rondon, no Centro. (Foto: Paulo Francis)

Médicos da Maternidade Cândido Mariano, devem reduzir o atendimento a casos de menor gravidade em protesto contra o atraso no pagamento de salários de aproximadamente 100 profissionais. O problema, conforme o Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) ocorre há pelo menos dois meses e foi assunto de reunião, na noite desta segunda-feira (16) entre a categoria e o sindicato.

Os médicos planejam reduzir em até 30% o atendimento a casos de urgência e emergência, e encaminhar os pacientes eletivos para outras unidades da Capital. Nessa terça-feira (17), o sindicato irá oficiar Ministério Público, CRM (Conselho Regional de Medicina) e secretarias municipal e estadual de saúde, informando sobre o prazo de até 72 horas para dar início a paralisação.

A medida, conforme o presidente do Sinmed-MS, Marcelo Santana Silveira, serve de alerta ao poder público sobre a delicada crise financeira que passa a unidade. O deficit mensal chega a aproximadamente R$ 500 mil e a falta de reajuste nos repasses a instituição é um agravante, segundo Marcelo.

“Os valores que estão sendo repassados para o hospital, não estão mais sendo suficientes para sustentar o funcionamento digno da unidade. Mas estamos abertos para intermediar a melhor solução, por que entendemos que a maternidade é um patrimônio da nossa cidade”, comentou.

Segundo Marcelo, a instituição recebe cerca de R$ 1,5 milhão por mês da esfera municipal, estadual e federal. O valor, no entanto, não estaria sendo reajustado, conforme o aumento dos custos para manter a unidade.

“Com o passar dos anos foi havendo um aumento no número de atendimentos, de partos. Nos custos com insumos que normalmente são muito caros. A maternidade está usando os recursos adquiridos com os convênios, para cobrir a defasagem do SUS então é preciso sentar e negociar um repasse mais adequado para as atuais necessidade da instituição. É um grito de socorro”, aponta Marcelo.

O sindicato ressalta que não descarta a possibilidade dos médicos decidirem pela suspensão da paralisação, caso o poder público apresente uma resposta para os atrasos. 

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